O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, afirmou neste sábado (26) que a Polícia Federal já fez pedidos de prisão para empresários que, segundo a corporação, estão por trás de um locaute na paralisação de caminhoneiros.
Locaute (termo originado a partir da palavra em inglês lock out) é o que acontece quando os patrões de um determinado setor impedem os trabalhadores de exercer a atividade. A prática é proibida por lei.
Marun concedeu entrevista no Palácio do Planalto, após participar de reunião com o presidente Michel Temer e outros ministros para monitorar os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que chegou ao sexto dia neste sábado.
O ministro afirmou que o governo formou a convicção de que existe a prática de locaute e que a Polícia Federal já tem inquéritos abertos para investigar os casos. Na sexta-feira (25), o governo publicou um decreto autorizando ação das Forças Armadas na liberação de rodovias.
"Hoje temos a convicção de que, além do movimento paredista, existe o locaute", disse Marun.
"A PF já tem inquérito abertos para investigar essas suspeitas. E os empresários suspeitos serão intimados. Rogério Galloro [diretor-geral da PF] também nos informou que já existem pedidos de prisão. Estão aguardando manifestação da Justiça", completou o ministro.
O ministro disse, no entanto, que a PF não pode dar mais detalhes sobre os pedidos de prisão.
Marun informou ainda que o governo começou a aplicar multas no valor de R$ 100 mil por hora parada para donos de transportadoras.
Segundo o ministro, as primeiras ações adotadas pelo governo na sexta-feira (25), quando foi anunciado a ação de forças federais para desbloquear rodovias, garantiram o abastecimento das usinas termelétricas em Roraima. Além disso, de acordo com Marun, os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, Porto Alegre e do Rio de Janeiro estão abastecidos e operacionais.
Na entrevista, concedida após de quase três horas de reunião, Marun não apresentou novos números sobre rodovias bloqueadas. Conforme o ministro, o governo vai apresentar um balanço no final da tarde deste sábado.
Abastecimento de hospitais
O ministro afirmou que o que presidente Michel Temer está muito preocupado com a situação da saúde. “O que o preocupou sobremaneira o presidente Temer é a situação da saúde. Não obstante nós tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, abastecidos, os seus estoques são de minutos e existe nesse momento uma grande preocupação”, disse.
Segundo Marun, já foi determinada a aplicação de multa em caminhões que estejam transportando insumos de saúde e que estejam parados.
Contratação de motoristas
Marun afirmou que o governo avalia contratar motoristas para conduzir caminhões que estão parados. O ministro disse que motoristas que já prestam serviços ao governo vão dirigir caminhões.
“O governo vai atuar, sim, utilizando motoristas que existem já prestando serviço ao governo em vários órgãos, federais e estaduais. Podemos abrir a possibilidade de contratação de motoristas, mas não é esse objetivo e solução. Objetivo e solução é que os trabalhadores de transportem voltem a trabalhar e produzir”, disse.
“O governo vai atuar sim utilizando motoristas que existem já prestando serviço ao governo em vários órgãos, federais, estaduais. Podemos sim abrir a possibilidade de contratação de motoristas, mas esse não é o objetivo”, declarou Marun, que acrescentou que o objetivo é a volta ao trabalho dos caminhoneiros.
Marun destacou que o fato de caminhoneiros liberarem rodovias é positivo, mas reconheceu que veículos continuam parados. Segundo ele, a crise será resolvida quando o transporte de mercadorias for retomado.
“Nós precisamos que todos os trabalhadores voltem a produzir”, argumentou o ministro.
A Conserbras, empresa que faz a coleta de lixo domiciliar em Bambuí, informa que não está conseguindo executar o serviço na cidade em decorrência da greve dos caminhoneiros. Os motivos são os seguintes alegados:
- falta de combustíveis para que os caminhões façam as rotas de coletas e
- impedimento dos grevistas em deixar passar os caminhões coletores para jogar o material no aterro.
Baseado nisto, a Prefeitura Municipal de Bambuí pede encarecidamente à população que mais uma vez colabore e não coloque o lixo na rua. Assim será evitado o acumulo de lixo nas portas das casas.
Em decorrência da falta de combustível devido a greve dos caminhoneiros e que afetou o país inteiro, Bambuí também sofre as consequências. Devido a isto a Prefeitura Municipal toma algumas providências para evitar problemas e alerta a população para economizar no gasto de combustíveis e outros produtos, evitando assim um desabastecimento do comércio em geral.
Na área de saúde, a Secretaria Municipal informou que serão atendidos os casos de mais urgência e emergência e de hemodiálise e pede a compreensão dos moradores pela situação. Pede ainda para que sejam remarcadas consultas que estavam marcadas para estes dias devido a falta de combustível para o transporte de pacientes.
Já na área de educação, a Secretaria as aulas nas escolas do município vão acontecer normalmente. Caso seja necessário cancelar devido a situação da falta de combustível será feita uma divulgação.
Em Bambuí, sexta (25), às 15h13min, a Polícia Militar durante patrulhamento pela Rua Olo Torres, Bairro Lava-pés, foi procurada por um homem de 47 anos de idade, o qual entregou aos militares uma arma de fogo, revólver marca Taurus, calibre 38 que estava enterrado em um lote.
O homem disse aos policiais militares que estava fazendo um aterro manual em um lote existente na citada rua, e ao revirar a terra encontrou um objeto metálico, tendo percebido ser um revolver marca Taurus calibre 38 todo sujo de terra. Informou ainda não saber a procedência da arma de fogo, tendo em vista estar prestando serviços no local para terceiros.
Diante do exposto, a arma de fogo foi apreendida e encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Bambuí.
A Força Nacional de Segurança Pública chegou a Minas Gerais e já realiza as primeiras ações nas rodovias do estado. De acordo com o porta-voz da PM, major Flávio Santiago, o grupo age para manter a ordem no estado.
A chegada do grupo de oficiais foi flagrada pela equipe de reportagem do Estado de Minas. Eles vieram em oito caminhonetes e dois ônibus, com capacidade para 42 militares em cada exemplar do maior veículo. Segundo o major Santiago, A Força Nacional de Segurança Pública vai complementar as ações da PM.
A primeira mobilização da Força Nacional aconteceu na BR-040, nas proximidades do Bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves. “Uma ação pontual da Polícia Militar. Conforme nós falávamos: nós não permitiremos distúrbios sociais, distúrbios civis, balbúrdias e aproveitadores, que acabam entrando no direito de manifestação de outros”, descreveu o major.
No momento da ação, os suspeitos, que cobravam pedágio e furtavam pessoas que passavam pela via, jogaram pedras contra os policiais militares. Por isso, os oficiais empregaram o uso moderado da força.
A solicitação de atuação da Força Nacional, segundo o assessor da PM, partiu da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (25) que acionou forças federais para desbloquear estradas, ocupadas por caminhonheiros em greve. Ele fez um pronunciamento no Palácio do Planalto.
"Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo", disse o presidente.
"Não vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos permitir que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Como não vamos permitir que produtores tenham seu trabalho mais afetado", afirmou Temer.
Temer tomou a decisão depois de se reunir com ministros para uma "avaliação de segurança" sobre a situação no país, já que a greve dos caminhoneiros continuou, apesar do acordo firmado entre governo e representantes da categoria na noite de quinta (24).
A paralisação caminhoneiros chegou ao quinto dia, com bloqueios de rodovias em protesto contra a alta do diesel e a política de preços da Petrobras, em vigor desde julho de 2017.
Temer disse que o governo atendeu os pedidos dos caminhoneiros, mas, segundo ele, uma "minoria radical" dos grevistas não quis cumprir o acordo.
Em razão da paralisação, há registros de falta de alimentos em supermercados e de combustível em postos de gasolina, o transporte coletivo em diversas cidades foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser cancelados por falta de combustível nos aeroportos.
O governo federal e representantes de caminhoneiros anunciaram proposta para suspender a greve por 15 dias. Contudo, as manifestações continuaram pelo país.
Mais cedo, Padilha afirmou que é preciso "dar um tempo" aos caminhoneiros, pois o fim da greve não ocorre de forma imediata. O ministro afirmou que o governo "confia" que a categoria vai cumprir o acordo nos próximos dias.
Na quinta, entre outros pontos, o governo propôs aos caminhoneiros manter a redução de 10% do preço do óleo diesel nas refinarias e reajustar o preço com periodicidade mínima de 30 dias.
A partir disso, a cada 30 dias, a Petrobras vai estipular o preço que será cobrado nas refinarias ao longo do mês. A União vai compensar a Petrobras por eventuais perdas e a estimativa é de que repasse R$ 4,9 bilhões à estatal até o final do ano.