Nesta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais mobilizou um efetivo de 280 homens para prosseguir na busca de vítimas da tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desde a última sexta-feira (25), data do rompimento da barragem da Vale, os Bombeiros realizam um trabalho árduo, meticuloso, que requer muito treinamento, com a lama até o nariz, para não afundar.
Nesse esforço, eles realizam a sua missão sem a contrapartida mínima do Estado, que é o pagamento em dia dos salários, hoje parcelados, além da quitação integral do 13º salário de 2018, que está atrasado, e sem perspectiva no curto prazo de ser recebido.
Outros servidores que participam do resgate e do amparo às vítimas, entre eles os policiais civis e profissionais da saúde da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), também estão com os salários parcelados e o 13º salário atrasado.
Salários
A Secretaria de Estado da Fazenda confirmou, também nesta segunda-feira, que a terceira e última parcela dos salários, para em torno de 600 mil servidores, foram depositadas hoje nas contas bancárias. Neste mês, os salários foram parcelados em três vezes, no dia 14, 21 e 28.
Por enquanto, o 13º ainda é uma incógnita em se tratando da data de pagamento. Nesta segunda-feira, o governador Romeu Zema (Novo) prometeu anunciar a forma de pagamento do abono natalino de 2018.
O parcelamento dos salários servidores públicos de Minas Gerais começou em fevereiro de 2016. De lá pra cá, em vez do quinto dia útil, parcelas que começam com um valor mínimo, que varia entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.
De acordo com a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), o salários de ingresso na corporação é de R$ 4.088, para soldados, e pode chegar até R$ 28 mil para coronéis. Levando-se em conta, neste último caso, o topo da carreira, com quinquênios e outras gratificações.
Em uma entrevista exclusiva publicada pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, na manhã desta segunda-feira (28), um dos principais advogados da Vale diz que a mineradora “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” no rompimento da barragem em Brumadinho. Além disso, Sergio Bermudes ainda afirma que a diretoria da empresa não se afastará de seu comando “em hipótese alguma”.
Essa foi a reação do defensor uma declaração dada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) durante o domingo (27). O político pediu o “afastamento cautelar” e “urgente” de toda a diretoria da Vale.
“A Vale não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade. Não houve negligência, imprudência, imperícia”, afirma o defensor. “Por que uma barragem se rompe? São vários os fatores, e eles agora vão ser objeto de considerações de ordem técnica”. O advogado Sergio Bermudes diz ainda na entrevista que, no até o momento, o que está caracterizado é “um caso fortuito cujas causas ainda não foram identificadas”.
Bermudes ainda reforçou que renúncias poderiam atrapalhar o trabalho que está sendo feito pela empresa neste momento. “Só uma assembleia geral [dos acionistas da empresa] poderia afastar seus diretores. E eles não vão renunciar. A renúncia não ajudaria a companhia, perturbaria a continuidade das medidas que ela, do modo mais louvável, está tomando”. Na opinião do advogado, “não cabe renúncia pois não se identificou dolo e muito menos culpa” dos executivos da Vale.
A Justiça mineira determinou o terceiro bloqueio de valores da mineradora Vale, desde o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho (MG), na tarde de sexta-feira (25). No total, até o
momento, a empresa responsável pelo empreendimento terá que dispor de pelo menos R$ 11 bilhões para ressarcir danos e perdas de forma geral.
Este último pedido acatado pela Justiça ontem (26) foi apresentado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que deniu o valor de R$ 5 bilhões, seria exclusivamente para garantir reparação de danos causados às
vítimas.
Os promotores Maria Alice Costa Teixeira, Marcelo Schirmer Albuquerque, Cláudia Spranger e Márcio Rogério de Oliveira, que assinaram a ação, destacaram que além de danos materiais, as vítimas sofreram “evidentes e notórios os danos morais, psicológicos, emocionais, comunitários, de saúde e culturais”.
De acordo com os autores do pedido, a mineradora obteve proveito econômico da exploração na região e têm que arcar com o ônus do desastre. No pedido, eles apontam que, segundo informações da própria empresa, apenas no 3º trimestre de 2018 a Vale obteve lucro líquido recorrente de R$ 8,3 bilhões e, diante do ocorrido, é fundamental que tais valores não sejam distribuídos entre os acionistas e investidores da empresa, mas sim revertidos para as medidas de recuperação ambiental e reparação dos danos.
O MPMG defende que a mineradora se responsabilize pelo acolhimento, abrigamento em hotéis, pousadas, imóveis locados, arcando com os custos relativos ao traslado, transporte de bens móveis, pessoas e animais, além de total custeio da alimentação, fornecimento de água potável. Para este atendimento, os promotores ainda orientam que pessoas atingidas sejam ouvidas sobre o melhor local e forma de abrigo para cada família.
Em decisão anterior, também nesse sábado, o Judiciário mineiro já havia bloqueado R$ 5 bilhões para a reparação de danos ambientais. No mesmo dia, o juiz Renan Chaves Carreira Machado, responsável pelo plantão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte, ordenou o bloqueio de outros R$ 1 bilhão da mineradora. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda multou a Vale
em R$ 250 milhões.
No clássico das polêmicas, ficou tudo igual. Depois de discordâncias entre Cruzeiro e Atlético sobre a realização do embate com duas torcidas, valor de ingressos e adiamento do jogo pela tragédia em Brumadinho, os times tiveram atuação discreta, cada um marcou uma vez e o dérbi terminou empatado em 1 a 1, com dois gols de pênalti. Fred marcou para a Raposa e Fábio Santos empatou para o Galo. A Raposa reclamou ainda de um gol anulado, pois o árbitro marcou falta de Léo em Elias. Dedé e Adilson foram expulsos, no segundo tempo, após receberem dois cartões amarelos.
Gols
Aos 15 min do segundo tempo, Fred bateu pênalti, no canto direito de Victor. O goleiro atleticano chegou a encostar na bola, mas ela morreu no fundo das redes.
Aos 37 min do segundo tempo, Fábio Santos bateu pênalti sofrido por Chará, bateu no meio do gol e deixou tudo igual.
Destaques do jogo
Em um jogo com poucas chances de gol, os destaques ficaram por conta dos goleiros. Victor salvou um cabeçada de Thiago Neves no primeiro tempo. Fábio defendeu uma finalização de Cazares cara a cara. As defesas garantiram a igualdade do marcador.
Polêmica
Aos 28 min do primeiro tempo, Léo mandou para o fundo das redes, de pé direito, mas o árbitro Wanderson Alves de Souza marcou falta em Elias, anulando o gol. Os jogadores celestes se revoltaram com a marcação.
Atuação do árbitro
Wanderson Alves de Souza anulou um gol do Cruzeiro, sendo bastante questionado pelos cruzeirenses. Sentiu um problema na coxa e pediu atendimento médico. Marcou ainda um pênalti em Fred, cometido por Igor Rabello. Foi substituído aos 19 min do segundo tempo, pelo quatro árbitro Ronei Cândido Alves, após reclamar de dores na coxa.
Foi Ronei Cândido Alves o responsável por marcar pênalti de Dedé em Chará e expulsar o zagueiro cruzeirense. Ele também expulsou o volante Adilson, após o atleta cometer duas faltas, quase em sequência, e receber dois amarelos.
Comportamento da torcida
As torcidas fizeram uma grande festa nas arquibancadas do Mineirão. Levaram bandeiras e faixas para incentivar os seus clubes. A torcida celeste vibrou primeiro, com o gol marcado por Fred. Os atleticanos responderam com o tento anotado por Fábio Santos. Os torcedores ficaram aguardando o gol da vitória, o que não aconteceu.
Próximos adversários
Na próxima quinta-feira (31), o Cruzeiro vai até Varginha encarar o Boa Esporte, às 20h, no estádio do Melão. Já o Atlético entra em campo um dia antes, na quarta-feira (30), quando recebe a URT, às 21h30, na Arena Independência. As duas partidas são válidas pela quarta rodada do Campeonato Mineiro.
Passava das 5h30 deste domingo (27) quando moradores de Brumadinho (MG) foram surpreendidos por sirenes de alerta da Defesa Civil com um aviso para que deixassem suas casas e fossem para locais mais altos da cidade.
A reportagem do R7 está em um hotel em Brumadinho e ao ouvir o sinal ligou para a Polícia Militar, que confirmou a ordem de evacuação.
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"O senhor deve deixar o local que está e ir para um ponto de encontro. No local onde o senhor está é a Faculdade ASA. Deixe o local calmamente e vá para lá", informou o atendimento do 190 da Polícia Militar de Minas Gerais, dizendo ainda que seria um alerta feito pela Defesa Civil de Brumadinho.
A Defesa Civil diz que o alerta de evacuação foi feito a pedido da mineradora Vale "devido ao risco iminente de rompimento de outra barragem".
A informação foi confirmada pela Vale por meio de nota.
"A Vale informa que, por volta das 5h30 deste domingo, acionou as sirenes de alerta na região da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), ao detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem VI. Esta barragem faz parte do complexo de Brumadinho. As autoridades foram avisadas e, como medida preventiva, a comunidade da região está sendo deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência. A Vale continuará monitorando a situação, juntamente com a Defesa Civil", informou a companhia.
As sirenes assustaram moradores de uma cidade onde centenas de pessoas estão desaparecidas, após o rompimento da barragem da Vale, na tarde de sexta-feira (25). Ontem, o governo confirmou 34 mortos na tragédia.
O empresário Felipe Salviano, 30, estava dormindo quando foi surpreendido pelo alerta.
— Era um alarme bem alto falando pra evacuar as casas e que não era uma simulação.
A aposentada ana Amélia Silva, mora perto do rio Paraopebas e desde as 5h40 deixou sua casa após ouvir a sirene e policiais militares passarem em sua rua ordenando a evacuação.
Logo após o alerta, a reportagem do R7 foi para o ponto de encontro, onde está montado o centro de buscas por desaparecidos do rompimento da barragem da última sexta-feira (25) e encontrou ao menos uma dezena de moradores que tinham dificuldades de obter informações sobre o alerta.