Escrito por Fabio Willians Dest.Reg.
Quarta, 20 Fevereiro 2019 09:06
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (20), em Minas Gerais, 30 pessoas suspeitas de extrair ilegalmente pedras de quartzito na região do Parque Nacional da Serra da Canastra. A operação batizada de "SOS Canastra" tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que atua no local há vários anos. Os policiais também apreenderam quatro caminhões.
De acordo com o delegado Daniel Souza Silva, responsável pelas investigações, foi apurado durante oito meses que os suspeitos se associaram e passaram a extrair pedras de quartzito do parque que eram transportadas para vários depósitos nas cidades de Capitólio e Alpinópolis, na Região Sul de Minas Gerais, e vendidos para diversos estados.
Estão sendo cumpridos 160 mandados judiciais – sendo 77 de busca e apreensão, 73 de prisão (20 preventivas e 53 temporárias), além de 10 apreensões de caminhões em Belo Horizonte, Alpinópolis, Passos, Itaú de Minas, Carmo do Rio Claro e São João Batista do Glória, no Sul de Minas, e em Piumhi, no Centro-Oeste, e em Batatais (SP).
PF prende em BH homem suspeito de envolvimento em extração ilegal de quartzito
Na capital mineira, um homem foi preso no bairro Serrano, na Região da Pampulha. Segundo a polícia, ele recebia as pedras e revendia. O nome e a idade dele não foram divulgados.
Também foi determinado pela Justiça a demolição de alojamentos clandestinos e a apreensão de todo maquinário utilizado na exploração ilegal.
Segundo a PF, dentre os extratores, alguns tinham a função de donos de bancos, que corresponde a uma pequena área onde o quartzito é retirado.
Os donos de depósito encomendavam e adquiriam as pedras, diretamente ou pelos negociadores, e vendiam. Os motoristas são responsáveis pelo transporte clandestino para os depósitos.
O vigia, além de trabalhar como negociador, recebia um percentual para permanecer em local estratégico durante todo o dia no parque, avisando aos extratores e motoristas sobre qualquer ação de órgãos do governo. Assim, qualquer veículo que entrava no parque era monitorado pelo vigia, responsável por avisar aos demais.
A PF informou que uma perícia mostrou a degradação ambiental causada pela extração ilegal, que por ser uma atividade clandestina, não possui plano de manejo. Os rejeitos são despejados em diversas áreas do parque, inclusive em leitos de rios e nascentes que formam a bacia do Rio Grande.
Os rejeitos, em época de chuvas, são levados para o Lago de Furnas, e ficam espalhados por diversas áreas do parque. Ao todo foram identificados nove locais de extração, alguns com mais de dois quilômetros de extensão.
Durante a investigação ficou constatado como a exploração clandestina causou danos ambientais, uma vez que do material extraído, cerca de 80% a 90% são rejeitos, sendo utilizados na extração explosivos para posterior retirada manual por ferramentas. Alguns dos envolvidos chegam a pôr fogo no parque para facilitar a extração ilegal.
Os presos serão encaminhados para o presídio de Passos, no Sul do estado, e ficam à disposição da Justiça Federal. Todos os suspeitos devem ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, extração ilegal de minerais e danos ambientais decorrentes.
FONTE: Por Fernando Zuba, TV Globo — Belo Horizonte
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