Os torcedores do Cruzeiro voltaram a viver uma noite dramática no Mineirão, tal como ocorreu em 2017, nas duas últimas fases da Copa do Brasil. E assim como no ano passado, um dos maiores ídolos da história do clube celeste apareceu de maneira decisiva na edição de 2018. O goleiro Fábio, próximo de completar 800 partidas com a camisa azul, brilhou nas penalidades máximas. Ele defendeu as três cobranças do Santos: dos atacantes Bruno Henrique e Rodrygo e do meia Jean Mota. A Raposa, por sua vez, garantiu 100% de aproveitamento, em chutes de Lucas Silva, Raniel e David: 3 a 0. No tempo normal, o Peixe se recuperou do revés na Vila Belmiro (1 a 0) e venceu de virada, por 2 a 1. Mas é o Cruzeiro quem celebra nesta quarta-feira a classificação para as semifinais da competição, para delírio dos quase 50 mil presentes no Gigante da Pampulha.
Na Copa do Brasil de 2017, Fábio havia brilhado tanto na semifinal, diante do Grêmio (vitória por 3 a 2), quanto na decisão, contra o Flamengo (vitória por 5 a 3). E foram justamente Luan e Diego, craques das respectivas equipes, que pararam no camisa 1 cruzeirense. Menos de um ano depois, o ídolo supera os próprios feitos, fortalece ainda mais a sua história no Cruzeiro e se transforma num grande pesadelo para os torcedores do Santos.
No tempo normal, o Cruzeiro poderia ter assegurado seu passaporte para as semifinais sem sustos, pois finalizou duas bolas na trave (uma em cada tempo) e teve outras situações claras além do gol marcado aos 12min de jogo por Thiago Neves. Já o Santos, que apostou nos contra-ataques, garantiu a virada graças à eficiência, em chute de fora da área de Gabriel, no primeiro tempo, e cabeceio de Bruno Henrique, na etapa final.
O Cruzeiro, que já acumulou R$ 11,9 milhões em premiação na Copa do Brasil, aguardará na semifinal o ganhador de Palmeiras x Bahia. O jogo de ida, na Arena Fonte Nova, terminou empatada por 0 a 0. O segundo duelo será nesta quinta-feira, às 19h15, no Allianz Parque, em São Paulo.
O jogo
A aposta do técnico Mano Menezes para o jogo contra o Santos foi a manutenção do time que venceu o Flamengo por 2 a 0, quarta-feira passada, no Maracanã, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Diante de mais de 40 mil torcedores no Mineirão, o Cruzeiro necessitava de um simples empate para avançar às semifinais da Copa do Brasil, já que havia superado o Peixe na Vila Belmiro, por 1 a 0, em 1º de agosto. A situação ficou ainda melhor aos 12min do primeiro tempo, quando Thiago Neves recebeu de Arrascaeta, cortou para o meio e chutou rasteiro no canto direito de Vanderlei: 1 a 0.
Disposto a resolver a parada ainda na etapa inicial, o Cruzeiro quase marcou o segundo aos 26min. Edilson tabelou com Thiago Neves, foi à linha de fundo e rolou para trás. Arrascaeta se atirou na bola e acertou a trave esquerda do Santos. Em imagem recuperada pelo canal Fox Sports, foi possível ver o técnico Mano Menezes lamentando a jogada e dando a entender que Barcos é quem deveria finalizar. O argentino se encontrava praticamente ao lado de Arrascaeta, porém entre eles estava o lateral-direito santista Victor Ferraz, que poderia atrapalhar o lance.
Depois de desperdiçar a excelente oportunidade, o Cruzeiro caiu um pouco de produção e permitiu que o Santos trabalhasse a bola no campo de ataque. Entretanto, quando tentava chegar perto da meta defendida por Fábio, os jogadores do alvinegro praiano eram anulados pelos defensores celestes. Em função dessa dificuldade, a saída foi apostar em chute de longa distância. Assim veio o gol de empate do Santos, aos 42min. De fora da área, Gabriel chutou forte e rasteiro, no canto esquerdo de Fábio, e empatou o duelo no Gigante da Pampulha: 1 a 1.
O empate parcial ainda favorecia o Cruzeiro. O Santos, por sua vez, precisaria fazer mais dois gols. As equipes voltaram para o segundo tempo com as mesmas formações que encerraram a etapa inicial. E logo aos 9min, a multidão vestida de azul e branco ficou com o grito de gol entalado na garganta. Robinho cobrou escanteio em direção à marca do pênalti, e Dedé cabeceou forte, acertando o travessão. Aos 12min, mais um ataque perigoso do Cruzeiro. Após boa troca de passes na entrada da área, Barcos deu belíssima assistência para Edilson, que tocou por cima de Vanderlei e só não marcou porque o zagueiro Lucas Veríssimo tirou a bola de cabeça quase na linha da meta. Aos 14min, foi a vez de Robinho, quase na pequena área, chutar em cima da marcação do Peixe.
Os números do Footstats mostravam que o Cruzeiro chegou a ter 57% de posse de bola no segundo tempo. Mesmo com grande volume de jogo e boas oportunidades criadas, o time não conseguiu fazer o gol que lhe daria tranquilidade no restante da partida. Desta forma, o técnico Mano Menezes fez a primeira substituição aos 23min, colocando Raniel no lugar de Barcos. E aos 31min, trocou o já cansado Robinho por Rafinha. As 'caras novas', entretanto, não deram o resultado esperado. E o Santos, num dos raros ataques do segundo tempo, virou o jogo aos 38min. Em cruzamento de Rodrygo, Bruno Henrique se antecipou a Dedé e cabeceou no ângulo direito de Fábio: 2 a 1. Um castigo a quem dominou as ações na etapa complementar e não acertou o pé no momento das finalizações.
O Mineirão ficou incrédulo com a virada santista. E o Cruzeiro, no desespero, tentou o empate. Foram vários cruzamentos malsucedidos dos laterais Egídio e Edilson. E aos 50min, o árbitro paranaense Rodolpho Toski Marques apitou o fim do jogo quando o lateral-direito Victor Ferraz se preparava para lançar a bola em direção a Gabriel, num lance de contra-ataque. O camisa 10 do Santos apareceria sozinho diante do goleiro Fábio, mas o tempo normal da partida já havia terminado. Jogadores e comissão técnica do Peixe protestaram veementemente contra o árbitro. Vladimir, goleiro reserva, acabou expulso.
Pênaltis
Os torcedores cruzeirenses, então, se apegaram ao histórico recente da equipe na disputa por pênaltis para acreditar na classificação. Certamente, veio à memória de cada um as vitórias sobre Grêmio e Flamengo, pela Copa do Brasil de 2017. A esperança era que o goleiro Fábio, herói da Raposa nessas ocasiões, brilhasse novamente.
Lucas Silva foi o primeiro a bater pelo Cruzeiro. Chutou rasteiro, no canto direito, e marcou: 1 a 0.
Bruno Henrique, herói da virada do Santos no tempo normal, abriu a série para o Santos. Fábio acertou o canto e espalmou para o lado.
Raniel era um dos batedores do Cruzeiro na semifinal contra o Grêmio em 2017. Ele fez o gol na ocasião. Diante do Santos, voltou a alegrar os cruzeirenses. Chutou forte, no meio do gol, e fez 2 a 0.
A segunda cobrança do Santos colocou frente a frente Rodrygo, de 17 anos, e Fábio, de 37. Prevaleceu a experiência do veterano, um dos maiores ídolos da história celeste. Ele voltou a acertar o lado e espalmou a bola para frente.
A terceira batida do Cruzeiro ficou sob responsabilidade de David. O atacante, contratado por R$ 10 milhões, rolou a bola no meio do gol. Vanderlei até tocou o pé na redonda, porém, para a sorte do camisa 11, não conseguiu evitar o terceiro: 3 a 0.
Jean Mota era a luz no fim do túnel para o Santos. Mas parou novamente em Fábio. De maneira inteligente e brilhante, o camisa 1 caiu no canto esquerdo e espalmou. E o Cruzeiro segue firme na Copa do Brasil, pronto para brigar pelo hexa!
CRUZEIRO 1 (3)X(0) 2 SANTOS
CRUZEIRO
Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Lucas Silva; Robinho (Rafinha, aos 31min do 2ºT), Thiago Neves e Arrascaeta (David, aos 42min do 2ºT); Barcos (Raniel, aos 23min do 2ºT)
Técnico: Mano Menezes
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Luiz Felipe (Gustavo Henrique, aos 6min do 1ºT) e Dodô; Renato (Daniel Guedes, aos 26min do 2ºT) e Diego Pituca; Rodrygo, Arthur Gomes (Jean Mota, aos 16min do 2ºT) e Bruno Henrique; Gabriel
Técnico: Cuca
Gols: Thiago Neves, aos 12min do 1ºT (CRU); Gabriel, aos 42min do 1ºT. Bruno Henrique, aos 38min do 2ºT (SAN)
Pênaltis: Lucas Silva, Raniel e David marcaram para o Cruzeiro; Fábio defendeu as cobranças de Bruno Henrique, Rodrygo e Jean Mota
Cartões amarelos: Edilson, aos 46min do 2ºT (CRU); Gustavo Henrique, aos 33min, Vladimir (goleiro reserva), aos 38min, Bruno Henrique, aos 46min, Gabriel, aos 46min, Dodô, aos 49min do 2ºT (SAN)
Cartão vermelho: Vladimir, depois do fim do tempo normal (SAN)
Motivo: jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 15 de agosto de 2018 (quarta-feira)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR/FIFA)
Assistentes: Bruno Boschilia (PR/FIFA) e Alessandro Alvaro Rocha de Matos (BA/FIFA)
Árbitro de vídeo: Wilton Pereira Sampaio (GO/FIFA)
Pagantes: 43.464
Presentes: 49.513
Renda: R$ 1.432.225,00
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) julgou irregulares as contas apresentadas por 44 gestores da região Centro-Oeste de Minas. A lista com os nomes e a decisão do órgão foi divulgada na noite desta terça-feira (14) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG).
De acordo o TRE, as informações foram divulgadas porque podem auxiliar o Ministério Público (MP), partidos, candidatos ou coligações em pedidos de declaração de inelegibilidade de candidatos a cargos públicos para a eleição que ocorrerá em outubro deste ano- embora a irregularidade das contas por si só não impeçam candidaturas.
Em todo o estado, foram listados 1.356 nomes, de acordo com o documento publicado no site do TRE e que considera contas prestadas nos últimos oito anos. A decisão foi entregue pelo presidente do TCE-MG, Cláudio Couto Terrão, ao presidente do órgão eleitoral, desembargador Pedro Bernardes, em Belo Horizonte.
Ainda conforme o TRE, a lista pode ser atualizada caso surjam fatos novos referentes aos processos que envolvem os gestores.
Confira abaixo a tabela com os nomes dos gestores que tiveram suas contas consideradas irregulares pelo TCE, bem como a decisão do órgão para o mesmo e seus municípios de origem:
Gestores públicos que tiveram contas julgadas irregulares pelo TCE
Gestor |
Município |
Decisão do TCE-MG |
Adalberto Rodrigues da Fonseca |
Cláudio |
Rejeição das contas |
Aladir Caetano Alves |
Doresópolis |
Rejeição das contas |
Alcides Flausino Dias |
Perdizes |
Irregular, com devolução e multa |
Antonio Carlos Latalisa |
Abaeté |
Rejeição das contas |
Antonio de Souza Sobrinho |
Bom Despacho |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Antonio Dianese |
Itapecerica |
Rejeição das contas |
Arlindo Barbosa Neto |
Piumhi |
Rejeição das contas |
Cairo Manoel de Oliveira |
São Roque de Minas |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Carlos Alberto Isaias |
Bambuí |
Irregular, com devolução e multa |
Paulo Acacio Lamounier |
Bambuí |
Irregular, com devolução e multa |
Rafael Bolina Junior |
Bambuí |
Irregular, com devolução e multa |
Claudinei Assis dos Santos |
Onça de Pitangui |
Outra decisão |
Mozar Lopes Ribeiro |
Onça de Pitangui |
Outra decisão |
Daniel Geraldo Andrade |
Passatempo |
Irregularidade das contas |
Djalma Vilela de Oliveira |
Pains |
Rejeição das contas |
Eduardo Carvalho Faria |
Arcos |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Eduardo da cunha |
Arcos |
Irregular |
Euclydes Bebiano dos Santos |
Divinópolis |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Francisco Luiz Cordeiro Guimaraes |
Pompéu |
Rejeição das contas, irregular com restituição aos cofres públicos |
Geraldo Ferreira Vaz |
Cláudio |
Irregular, com devolução e multa |
Haroldo de Souza Queiroz |
Bom Despacho |
Irregular, com devolução e multa |
Ricardo Araujo Gontijo |
Bom Despacho |
Irregular, com devolução e multa |
Ismar Roberto de Araujo |
Lagoa da Prata |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Jose Agenor da Silva |
Arcos |
Restituição aos cofres públicos e multa |
Jose Antonio de Miranda |
Japaraíba |
Rejeição das contas |
Jose Bonaparte Vasconcelos Fonseca |
Maravilhas |
Rejeição das contas |
Jose Faria Campos |
Nova Serrana |
Restituição aos cofres públicos, restituição aos cofres públicos e multa |
Jose Geraldo de Castro |
Pains |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Jose Octaviano Ribeiro |
Lagoa da Prata |
Rejeição das contas |
Jose Orlando Silva e Santos |
Oliveira |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Jose Seabra de Oliveira |
Piumhi |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Josiane Morais Mendes |
Quartel Geral |
Irregular |
Maria das Graças Mendonça Lima |
Lagoa da Prata |
Restituição aos cofres públicos |
Vander Pereira |
Lagoa da Prata |
Restituição aos cofres públicos |
Maria do Carmo Rabelo Lara |
Carmópolis de Minas |
Rejeição das contas |
Paulo Leite Garcia |
Carmópolis de Minas |
Rejeição das contas |
Milton Salles Neto |
Carmo da Mata |
Rejeição das contas |
Moacir Ribeiro da Silva |
Formiga |
Rejeição das contas |
Paulo Cezar de Freitas |
Nova Serrana |
Rejeição das contas |
Pery Ferreira de Mello |
Araújos |
Outra decisão |
Ronaldo Resende Ribeiro |
Oliveira |
Rejeição das contas |
Sebastião Alves Rangel |
Formiga |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Silmar Moreira Faria |
Itaúna |
Restituição aos cofres públicos |
Vicente Ferreira Lamounier Filho |
Abaeté |
Irregular, com restituição aos cofres públicos |
Inelegibilidade
Em nota enviada à imprensa, o TRE observou que a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem entendido que a mera inclusão do nome do administrador público na lista remetida à Justiça Eleitoral, por tribunal ou conselho de contas, não gera inelegibilidade por se tratar de um procedimento informativo.
Para chegar à conclusão de que o gestor se enquadra na Lei de Inelegibilidade, outros elementos julgados pela Justiça Eleitoral devem ser examinados.
Segundo a norma a ser analisada, alínea 'g' do inciso I do artigo 1º da Lei de Inelegibilidades (LC 64/90), o gestor que tiver as contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável, que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível por parte do órgão competente, não pode se candidatar a um cargo eletivo em eleições por até oito anos seguintes à data da decisão.
O interessado pode concorrer apenas se essa decisão tiver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, informou o TRE.
Desfile de 7 de Setembro. Este foi o tema de uma reunião da Secretaria Municipal de Educação e Cultura com representantes das escolas municipais, estaduais, federal, particulares e de entidades, para o desfile deste ano em Bambuí. A reunião foi no Salão Nobre da Prefeitura e ficou definido que o tema deste ano será livre. As escolas já estão preparando as suas fanfarras para a apresentação, que terá como ponto principal a praça Coronel Torres.
A mais imprevisível e inusitada corrida presidencial desde a redemocratização do país, depois de 21 anos de ditadura militar (1964-1985), começa oficialmente amanhã com muitas incertezas em tempos de redes sociais, que serão decisivas para o pleito, e previsão de avalanche de fake news, as falsas notícias que devem contaminar a campanha.
'Um com muito e outro com nada', prestação de contas de candidatos repete distorção da sociedade
E com novos partidos, como o Novo, que passará pelo primeiro teste nas urnas. No dia 7 de outubro, 147,3 milhões de brasileiros estarão aptos para votar em 13 candidatos dos mais variados perfis. A primeira incerteza é em relação ao candidato líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nunca antes na história deste país um candidato a presidente tentou, da prisão, disputar a eleição. Detido desde 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba, depois de condenado na Lava-Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP), o PT deve registrar a candidatura de Lula, hoje, no Tribunal Superior Eleitoral.
A expectativa, entretanto, é de que o registro seja impugnado porque a situação do ex-presidente se enquadra na Lei da Ficha Limpa, que barra candidatados condenados em segunda instância.
Diante da iminente impugnação, o PT armou um plano B. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seria o cabeça de chapa, tendo como vice a deputada estadual gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB).
Sem Lula, a inusitada corrida ganharia novo líder, segundo as pesquisas de intenção de voto, O deputado Jair Bolsonaro (PSL), capitão da reserva do Exército. Mesmo sem conseguir fazer alianças devido ao discurso radical, como a defesa do uso de armas pela população, o parlamentar tem boas chances de chegar ao segundo turno.
Já o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tenta fazer o PSDB, que chegou ao segundo turno em todas as eleições desde 1994 (e venceu em 1998), voltar ao Palácio do Planalto.
Mas tem dificuldade de se consolidar na corrida presidencial. Para tentar viabilizar a candidatura e garantir maior tempo de TV, o tucano recebeu o apoio do Centrão, bloco de partidos que ajudou a eleger Dilma Rousseff em 2014 e deu sustentação ao governo até o impeachment, em 2016.
Depois de bancar o governo Temer, que sucedeu Dilma, o PSDB procura agora se desvincular do emedebista. A mesma dificuldade em relação ao governo encontra o candidato oficial, o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB).
Apoiado pelo presidente com a menor popularidade da história do país, Meirelles tenta também se dissociar de Temer.
Ele aproveita seu tempo de entrevistas – e deve fazer mesmo durante o programa de TV, que começa no dia 31, para se vangloriar dos bons tempos da economia, quando era um dos principais nomes da equipe ministerial do governo Lula, hoje em campos opostos.
A corrida presidencial tem ainda outro candidato que pode surpreender, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes. O pedetista diz que não tem rabo preso com ninguém, mas fez todos os acenos possíveis para ter o Centrão, que acabou ficando com o candidato tucano e costumar cobrar alto preço pelo apoio no Congresso Nacional e na composição da equipe de governo.
Estes cinco candidatos serão ainda perseguidos na corrida presidencial por outros oito com menor potencial de voto. Amanhã à noite, os principais postulantes do Planalto vão se encontrar no segundo debate, na RedeTV, uma semana depois do primeiro confronto, na TV Bandeirantes, no segudo round de uma disputa imprevisível.
O fator Lava-Jato
Para o professor de ciência política da Universidade de São Paulo (USP), Rogério Arantes, a eleição de 2018 traz doses de imprevisibilidade que decorrem principalmente da incógnita que paira sobre uma das principais candidaturas, a do PT.
“Esta eleição mistura elementos do pleito de 1989 - crise econômica, governo fraco e incapaz de galvanizar a sucessão presidencial, além de fragmentação partidária recorde, com novo elemento desestabilizador do sistema político: o fator Lava-Jato”, afirma ele.
“Há quatro anos, temos vivido um embate entre o sistema de Justiça e o sistema político, com jogos contundentes, entre os quais o impeachment da presidente está no conjunto da obra, aos quais se somam também o escândalo da JBS, que atingiu em cheio os outros dois partidos da trinca principal”, afirma Arantes, em referência ao PSDB e ao MDB.
“A grande dúvida em relação a esta eleição é se o sistema político partidário sobreviveria”, assinala.
Apesar de estar sob ataque, o sistema político partidário brasileiro sobreviveu, passando longe dos outsiders.
“Apesar da imprevisibilidade e da dispersão eleitoral neste momento da disputa, estão presentes ingredientes que podem repetir no segundo turno o padrão da polarização entre PT e PSDB que se verificou a partir de 1998”, avalia o cientista político.
Ao se debruçar sobre os padrões de competição nos pleitos presidenciais pós-redemocratização, Arantes aponta para dois tipos de eleição, com uma de transição. “O primeiro tipo isolado, único, solteiro, foi o pleito de 1989”, avalia.
O sistema político partidário se fragmentou ao longo da Constituinte e, às vésperas da eleição, o país afundado numa crise econômica e o governo Sarney enfraquecido, não conseguiu coordenar o processo sucessório. A eleição presidencial seguinte, de 1994, foi na avaliação de Rogério Arantes, uma transição para o modelo da polarização PT-PSDB.
“Tivemos uma eleição bipartidária sobretudo no segundo turno, mas que, já no primeiro turno, apesar do número grande de candidatos, apresentou redução da dispersão eleitoral. Uma terceira força, em todos os pleitos entre 1998 e 2014 tentou furar o bloqueio para alcançar o segundo turno, mas tivemos a repetição do padrão regular e estável”, afirma ele. (Com Bertha Maakaroun)
Os 13 concorrentes
» Alvaro Dias (Podemos) » Cabo Daciolo (Patriotas) » Ciro Gomes (PDT)
» Eymael (DC) » Geraldo Alckmin (PSDB) » Guilherme Boulos (PSOL)
» Henrique Meirelles (MDB) » Jair Bolsonaro (PSL) » João Amoêdo (Novo)
» João Goulart Filho (PPL) » Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
» Marina Silva (Rede) » Vera Lúcia (PSTU)
Uma pessoa morreu e ao menos 14 ficaram feridas em um acidente ocorrido por volta das 16h18 desta terça-feira (14) no km 539 da BR-262, município de Luz. De acordo com a Triunfo Concebra, concessionária que administra a rodovia, um ônibus e duas carretas, uma carregada de cimento e outra de carvão, se envolveram no acidente que deixou a estrada completamente bloqueada.
Ainda segundo a Triunfo, o motorista da carreta, que transportava o material de construção, não resistiu e morreu. O outro caminhoneiro foi removido em estado grave para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araxá. Aproximadamente 13 pessoas que estavam no ônibus ficaram levemente feridas. O Corpo de Bombeiros de Campos Altos também foi acionado, juntamente a equipe médica da concessionária, o SAMU e a Polícia Rodoviária Federal.