A Prefeitura de Bambuí, com o apoio da Polícia Militar, está trabalhando para conseguir que a cidade seja abastecida com combustíveis. A iniciativa é para que um comboio de caminhões de combustíveis seja escoltado por viaturas da PM da Refinaria Gabriel Passos, em Betim, até Bambuí. Os combustíveis serão usados prioritariamente para atender os veículos da saúde, SAMU e da Polícia Militar.
A ação da Prefeitura, por intermédio do prefeito Olívio Teixeira, não retira o apoio ao movimento dos caminhoneiros e sim age para garantir a continuidade da prestação de serviços essenciais à população.
As novas concessões do governo aos caminhoneiros, anunciadas na noite desse domingo pelo presidente Michel Temer, não foram suficientes para encerrar os protestos nas estradas e fazer a categoria voltar ao trabalho normal. O governo fala em 'retorno da normalidade', mas ainda há manifestações na maioria dos Estados e o reabastecimento das cidades é lento. A Polícia Federal deve começar a prender líderes da greve que resistem ao fim da paralisação.
Os postos que receberam combustíveis das distribuidoras registram longas filas. O transporte público segue prejudicado - em São Paulo, o prefeito Bruno Covas afirmou que a frota de ônibus só tem combustível suficiente para circular até esta terça-feira, 29.
Escoltas das forças de segurança priorizam o transporte para áreas essenciais - como o de combustível para veículos policiais, aeroportos e área da saúde. Hospitais ainda cancelam procedimentos não urgentes pelo risco de desabastecimento.
Pesquisas mostram que o apoio da população à greve dos caminhoneiros caiu nos últimos dias. Na capital paulista, houve registro de manifestações de motoristas de vans escolares nesta segunda-feira, 28. A Bolsa de Valores caiu 4,49% no pregão desta segunda e a Petrobrás soma perda R$ 115 bilhões em uma semana.
O governo propôs duas medidas para assegurar a redução de R$ 0,46 no preço do diesel, anunciada pelo presidente Michel Temer na noite de domingo (27) em mais uma tentativa de por fim à paralisação dos caminhoneiros que já dura oito dias e provoca desabastecimento em todo país.
Redução de tributos
A primeira medida é a redução da Cide e do PIS-Cofins, ou seja tributos do governo federal, que vai gerar uma queda de R$ 0,16 por litro do diesel. Para assegurar essa redução, o governo está propondo a reoneração da folha de pagamentos, mas, segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, essa receita não será suficiente para compensar a perda de arrecadação. Ele disse que outros tributos deverão ser elevados, mas não informou quais serão.
Nesse caso, a conta será paga pelos setores que sofrerem aumento de tributação, ou seja, não será bancado por todos os contribuintes. "Temos de aproveitar esse momento para caminhar em direção a uma carga tributária melhor distribuída. Vamos procurar agregar maior qualidade a carga tributária", declarou o ministro.
Programa de subsídios
A outra proposta é um programa de subvenção ao combustíveis, que vai assegurar redução de R$ 0,30 no preço do litro e que terá impacto nas contas públicas no valor de até R$ 9,5 bilhões, por meio de subsídios explícitos.
Esses valores serão pagos à Petrobras até o final deste ano, que manterá os preços estáveis durante 60 dias e, depois em bases mensais, poderá aumentar o preço do litro de diesel se o dólar, o petróleo, ou ambos, continuarem subindo. Esse programa, por sua vez, será pago por toda a sociedade, pois entrará no orçamento geral da União – afetando outras despesas para baixo.
O ministro da Fazenda explicou que, para assegurar o cumprimento da meta fiscal de um rombo de até R$ 159 bilhões (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) fixada para 2018, o governo terá de usar uma reserva orçamentária de R$ 5,7 billhões (que já estava acima do teto de gastos) e, também, bloquear outros R$ 3,8 bilhões em despesas.
O governo ainda vai detalhar onde será feito o corte de R$ 3,8 bilhões. "Temos de apresentar de maneira clara de onde virão os R$ 3,8 bilhões. Estamos discutindo isso ao longo desse dia. Vamos cortar e dizer exatamente de onde estamos cortando", esclareceu o ministro da Fazenda.
Na prática, o governo já não poderia liberar os R$ 5,7 bilhões em reserva de contingência para novos gastos dos ministérios, pois este valor já estava acima do limite do teto de gastos públicos - sistema pelo qual as despesas não podem crescer acima da inflação do ano anterior.
Com isso, as chamadas despesas discricionárias (sobre as quais o governo tem controle), entre os quais as despesas dos Ministérios, serão mais baixas. Atualmente, as despesas discricionárias consideradas "disponíveis" para 2018 são de R$ 129,473 bilhões. Com essas medidas para subsidiar o preço do litro do diesel, o limite para esses gastos será menor do que este patamar, e ficará próximo de R$ 120 bilhões.
No ano passado, quando as despesas discricionárias somaram R$ 124,400 bilhões, houve falta de recursos para a impressão de passaportes, redução de verba para investimentos federais em infraestrutura e para as fiscalizações contra o trabalho escravo, que chegaram a ser suspensas ou reduzidas. A falta de recursos também atingiu as universidades federais, a área de Ciências e Tecnologia, e ações da Polícia Rodoviária Federal, entre outras.
As aulas das escolas da rede municipal de ensino de Bambuí estão suspensas esta semana devido a falta de combustíveis na cidade em decorrência da greve dos caminhoneiros. A decisão foi tomada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura após fazer um levantamento real sobre a disponibilidade de combustível para transporte dos alunos. As aulas suspensas dos dias 29, 30 de maio e 1º de junho serão repostas em outras datas.
Nesta segunda-feira(28), motoristas de Bambuí, junto com os caminhoneiros fizeram uma carreata pela Cidade em apoio a paralisação que acontece em todo o Brasil.
O movimento foi organizado através das Redes Sociais e reuniu diversos apoiadores.
Vários caminhões e carros de passeio fizeram o percurso.
No domingo, presidente Michel Temer anunciou redução de R$ 0,46 por litro de diesel para tentar por fim a greve de caminhoneiros. Medida custará R$ 9,5 bilhões ao Tesouro, mesmo assim a paralisação ainda continua.