Fábio Willians

O PT desistiu das negociações com o MDB pela retirada do processo de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) em troca de uma composição nas eleições e vai manter a pré-candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais. A estratégia é derrotar o presidente da Assembleia Adalclever Lopes no voto, no plenário da Assembleia Legislativa, para isso o governo vai usar todas as suas armas.

Nessa quinta-feira, a militância deu uma mostra disso e transformou o lançamento do filme ‘O processo’ em um ato de apoio ao nome da petista na pré-campanha para se tornar senadora. O mote “Dilma senadora” foi usado em faixas e cartazes pelos petistas que lotaram a sessão de cinema com a estreia do filme que mostra os bastidores do impeachment.

Segundo fontes ligadas a Pimentel, o governo já entendeu que não há mais possibilidade de acordo com o MDB e vai partir para a eleição com uma chapa forte, com Dilma concorrendo para o Senado. “Não tem mais nenhum tipo de possibilidade de acordo. Eles querem manter o processo de impeachment só para aumentar o desgaste do governo. Sabem que não tem força para aprovar”, disse.

O governo, por sua vez, vai usar do que tem. Cargos e liberação de emendas estão sendo negociados com os aliados e possíveis novos apoiadores, nos bastidores. A conta é que Pimentel só precisa de 26 votos a seu favor para impedir que o processo de impeachment se instaure. A diferença de articulação entre ele e a ex-presidente Dilma, que perdeu seu mandato, é gritante. Pelos cálculos do governo, Pimentel tem pelo menos 40 votos garantidos.

Impeachment

A pré-candidatura de Dilma ao Senado, com a transferência do título dela para Belo Horizonte, foi o estopim para uma crise com o MDB, que sustentou o governo Pimentel no Legislativo. Adalclever esperava ser o único nome forte a concorrer na chapa do PT ao Senado, apesar de este ano duas vagas estarem em disputa.

Nessa quarta-feira, o emedebista deu mais uma mostra de que vai seguir com o pedido de impeachment apresentado pelo advogado Mariel Marra. A Mesa aprovou o rito do processo, que foi publicado nesta sexta-feira no Diário Legislativo.

Na Assembleia, o primeiro-secretário da Casa deputado Rogério Correia (PT) participou do ato de apoio à candidatura de Dilma. Ele minimiza, porém, a situação de rompimento com o MDB e diz ainda acreditar em uma aliança. “Havendo aliança do PT com O mdb, na minha opinião, a candidatura do Adalclever ao senado pode vir junto. Não há impedimento nisso e acho que até reforça a Dilma. Ele (Adalclever) alavanca as duas candidaturas e o segundo voto do PT certamente seria dele”, disse.

Apesar de já admitir publicamente que aceitaria "na hora" o senador Magno Malta (PR-ES) como seu vice na disputa pela Presidência da República o pré-candidato e deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou ao UOL que se prepara também para ter uma "chapa pura", ou seja, concorrer com alguém de seu partido, "se ele [Malta] não vier".
Questionado pela reportagem sobre a possibilidade de compor a chapa com a advogada Janaina Paschoal, autora do pedido de impeachment que derrubou a expresidente Dilma Rousseff (PT), Bolsonaro não a descartou. Professora de direito penal da USP (Universidade de São Paulo), ela se filiou ao PSL no último dia do prazo legal para quem quer disputar as eleições desse ano, em abril.
"Eu só conversei com ela uma vez, por telefone, e não tocamos nesse assunto. Ela está filiada, não sei o interesse dela. E devo conversar com ela nos próximos dias.
Não sei se ela quer, se ela não quer", comentou o presidenciável em conversa com a reportagem nesta quarta-feira (16), no plenário da Câmara. Ao dizer que também se preparava para "ser chapa pura", Bolsonaro disse que não entraria em detalhes sobre o plano "por estratégia".

Procurada pelo UOL para falar sobre as chances de se lançar na disputa eleitoral, Janaina respondeu nesta quinta-feira (17), por meio de mensagem de WhatsApp, que "não houve nenhuma conversa nesse sentido". "E eu realmente não pretendo entrar na política", completou a advogada, que não respondeu a outras perguntas e nem atendeu telefonemas da reportagem.
No último sábado (12), "a advogada do impeachment", como ficou conhecida nacionalmente, se manifestou pela primeira vez sobre sua filiação ao PSL, em uma série de mensagens no Twitter, onde tem mais de 150 mil seguidores. Ela disse ser "provável" que não dispute nenhum cargo nas eleições desse ano, mas destacou que tem até agosto para decidir.
"Amados, Bom dia! No período que antecedeu ao término do prazo para filiação, recebi telefonemas de muitos partidos. Fui convidada a me filiar a partidos que nem imaginava que poderiam me convidar. Eu fiquei muito lisonjeada com tantos convites e fiz questão de atender um a um", iniciou Janaina. 

Ela disse achar que não seria adequado apontar os nomes das legendas que a teriam convidado para se candidatar aos cargos de deputada federal e estadual, senadora, vice-presidente e "até a presidente". "Eu sei, é inusitado, mas aconteceu", escreveu.
"Esse mundo político é muito difícil, não entendemos as regras. Nessas reuniões, os interlocutores dos vários partidos procuraram me esclarecer como podiam.
Falaram sobre dificuldades da campanha, dificuldades de cada um dos cargos", afirmou a advogada, que se disse "ainda mais favorável às candidaturas avulsas" depois do "curso intensivo" que recebeu dos representantes partidários.
Janaina justificou a decisão de se registrar no PSL dizendo que muitas pessoas já ligadas à sigla lhe recomendaram. "Com exceção de um ou outro ponto, o estatuto do partido confere com o que eu penso. Não há notícias de escândalos de corrupção envolvendo a sigla, ou seus membros", declarou.

Em seguida ela falou que ficou honrada por ter sido "cogitada" para concorrer ao governo de São Paulo pelo PSL e confessou que ficou mexida com a ideia. "Sei que parece loucura, mas balançou", escreveu. "Muitos conhecidos e desconhecidos começaram a me contatar para se voluntariar a trabalhar de graça na campanha.
Foi emocionante!", completou.
"Mas uma campanha ao governo de São Paulo é algo gigantesco. Por incrível que pareça, eu me sinto capaz de exercer o cargo (que não é algo simples), mas não tenho condições de enfrentar uma tal campanha. Ainda que um pouco triste comigo mesma, eu não vou me aventurar", anunciou.
"Se sairei a algum outro cargo? É provável que não. Tenho até agosto para decidir, mas penso que posso ajudar meu país, mesmo estando fora da política", explicou a advogada. "Talvez meu papel seja esse: amar e ensinar a amar o Brasil!", concluiu.

"Bolsonaro é o voto que revela maior racionalidade"

Em novembro do ano passado, Janaina fez elogios ao pré-candidato do PSL em outra sequência de tuítes. "Concorde-se ou não com sua pauta e/ou com seu estilo, o único presidenciável que parece ser sensível para o maior problema da população é Bolsonaro. E as pessoas sabem que o discurso dele não é fake, pois, nessa seara, ele fala o que sempre falou", escreveu.
"Com isso não estou dizendo que as propostas de Bolsonaro para a segurança pública sejam perfeitas, mas ele é o único que tem coragem de tocar nesse ponto sensível. Os outros parecem viver em outro país, chega a ser cômico. Ademais, em suas manifestações, ainda que não seja da área jurídica, Bolsonaro parece perceber que a violência está diretamente relacionada à corrupção. Salvo melhor juízo, ele não mostrou condescendência relativamente a nenhum dos evolvidos nos últimos escândalos", declarou a advogada.
"Os outros presidenciáveis, ao contrário, ou defendem os corruptos a depender da legenda, ou ficam omissos. Esquecem que estão sendo observados. Bolsonaro vem sendo tratado como um fenômeno. Desculpem, os analistas que dizem e escrevem isso não entendem nada de voto, ou não entendem nada de gente. Dadas as opções e a realidade posta, Bolsonaro é o voto que revela maior racionalidade", afirmou a jurista.

Faleceu em Nova Serrana:

Olga Sueli de Carvalho (Sueli)

Residência: Nova Serrana

Esposo: Teófilo (em memória)

Filhos: Antônio, André

Nora: Kátia

Netos: Ana Beatriz, Artur, Antônio

Demais Familiares.

Velório: Tapiraí. Chegada por volta das 22:00 h

Sepultamento: Tapiraí

Data: 18/05/18

Horário: 09:00 h

Quinta, 17 Maio 2018 12:19

Pimentel avalia apoio a Ciro

A convite do anfitrião, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), os demais governadores petistas se reúnem nesta quinta-feira (17) na capital mineira para discutir o cenário político após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os petistas se reunirão na sexta-feira (18) com os demais governadores do Nordeste para um debate sobre a bacia do rio São Francisco. Pimentel também participará do encontro em Pernambuco. Na pauta informal está a sucessão presidencial.

Segundo membros do PT, Pimentel já começa a admitir, em suas conversas, a hipótese de aliança em favor da candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT), com quem ele conversa diretamente. Outros governadores do campo de esquerda, como Flávio Dino (PCdoB-MA) e Rui Costa (PT-BA), já manifestaram publicamente simpatia por uma aliança com o ex-ministro cearense.

Patrocinador do encontro desta quinta-feira, Pimentel também concorda em particular com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em busca de um acordo mútuo. Pelo acerto, o PT abriria mão da candidatura da vereadora Marília Arraes no Estado para apoiar a reeleição de Câmara. Em troca, o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) retiraria sua candidatura ao governo de Minas Gerais em favor da reeleição de Fernando Pimentel.

Os partidos buscam manter o governo em Estados considerados prioritários. Na terça-feira, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, teve encontro com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). Embora haja conversas para consolidar o apoio mútuo, as candidaturas de Arraes e Lacerda não foram desmobilizadas. Ao contrário, estão mantidos eventos previstos para os próximos dias e não há a intenção de desistência.

Próximo de Ciro, Lacerda chegou a ser cogitado para a vaga de vice na chapa presidencial do PDT. A desistência do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa (PSB) em concorrer ao Planalto pode aproximar as siglas.

Traição. Toda essa movimentação contraria a cúpula petista. Reunido na segunda-feira, o comando do partido reafirmou a decisão de lançar a candidatura de Lula, ainda que ele esteja preso. Para dirigentes do PT, Lula deixou clara, em carta enviada ao partido, a pretensão de disputar. Na mensagem, o ex-presidente afirma que a desistência soaria como confissão de culpa.

Dirigentes petistas afirmam ainda que apoiar outro nome no momento em que não foram esgotados todos os recursos legais em defesa de Lula seria uma traição. Gleisi Hoffmann, inclusive, já está escalando integrantes do partido para coordenarem a campanha presidencial de Lula. Ela convidou o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli e o ex-ministro Ricardo Berzoini para compor a equipe.

Articulação

Acordo. Líderes do PT e PSB identificaram a possibilidade de fechar alianças em dez Estados. Em Pernambuco, porém, o PT só abrirá mão da candidatura no Estado se o PSB apoiar Lula.

Se por um lado a Cemig tem a comemorar um lucro líquido de R$ 465 milhões no primeiro trimestre de 2018 – um crescimento de 35,9% em relação aos R$ 343 milhões registrados no primeiro trimestre de 2017; por outro, a notícia não é boa para os consumidores mineiros. No próximo 22, em reunião pública, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai definir o reajuste tarifário para todas as classes dos grupos A (grandes consumidores de alta e média tensão) e B (consumidores de baixa tensão). A expectativa, segundo sinalização da agência reguladora, é de que o reajuste médio fique entre 22% e 25%.

“É a chamada revisão tarifária, que ocorre a cada cinco anos e é definida pela Aneel. Considerando 100% do reajuste, apenas 17% (ou um sexto) ficam com a Cemig para a reposição dos investimentos realizados no período, da ordem de R$ 5 bilhões”, esclareceu ontem Ronaldo Gomes de Abreu, diretor de Distribuição e Comercialização. As novas tarifas passarão a ser cobradas a partir de 28 deste mês.

A principal justificativa para o reajuste, segundo Abreu, é o custo da energia do país, mais especificamente o fato de a estiagem e os níveis dos reservatórios – que em dezembro passado atingiram a marca de 20%, a mais baixa da história – levarem ao acionamento das termoelétricas.

O uso das usinas, sobretudo entre julho e dezembro do ano passado, contribuiu para elevar o custo da geração da energia. E a conta chegará agora. “Além do custo da energia do país, há o custo de transporte e os encargo, que se devem às políticas públicas federais para o setor elétrico”, acrescentou Ronaldo Gomes de Abreu, assinalando que essas variáveis independem da companhia mineira.

“A Cemig não pleiteia o reajuste junto à Aneel”, afirmou Maurício Fernandes, diretor financeiro de Relações com Investidores. “A revisão tarifária ocorre a cada cinco anos”, avaliou, considerando que a única variável que depende da Cemig relaciona-se aos investimentos realizados no período, já que, em média há um crescimento vegetativo de 200 mil clientes por ano.

Esses investimentos respondem por, em média 17% do conjunto do reajuste. Além desta revisão tarifária que ocorre por determinação da Aneel a cada cinco anos, os mineiros terão também, ainda em 2018 o reajuste anual pela inflação. “No ano passado, esse reajuste resultou num decréscimo médio de 10% das tarifas”, acrescentou Maurício Fernandes.

Resultado

A maior eficiência operacional, redução da dívida e a queda na taxa Selic – e consequente diminuição de R$ 171 milhões em encargos no período – são as explicações, segundo Maurício Fernandes, para o crescimento de 35,9% no lucro líquido da Cemig neste primeiro semestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Segundo Fernandes, considerando os itens pessoal, material, serviços e outros, houve uma redução de despesas no período de R$ 716 milhões para R$ 668 milhões.

Foram ainda resultados consolidados do período, a geração de caixa operacional medida pelo Lajida de cerca de R$ 1 bilhão – uma queda de 8,47% em relação ao mesmo período do ano passado; a receita líquida de R$ 4,9 bilhões – um crescimento de 2,55%; e o reconhecimento pelo mercado da melhora na qualidade de crédito, já que o a agência de risco Fitch elevou a nota da empresa em três níveis em escala nacional (grau de investimento) e um nível em escala global e o S&P elevou um nível em escala nacional (grau de investimento). A dívida líquida da Cemig decresceu de 13,01 bilhões para R$ 12,8 bilhões entre os dois períodos de referência.
Lucro da Eletrobras cai 96/5
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São Paulo – A Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 56 milhões no primeiro trimestre, uma retração de 96% sobre o R$ 1,378 bilhão em igual período do ano passado. No critério gerencial, a queda foi de 22%, para R$ 429 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 1,244 bilhão, uma queda de 70%, enquanto o indicador gerencial recuou 41%, para R$ 880 milhões primeiro trimestre. A receita líquida teve um recuo de 3%, para R$ 8,593 bilhões, ao passo que no critério gerencial cresceu 6%, para R$ 7,064 bilhões. O resultado financeiro líquido da Eletrobras foi uma despesa de R$ 7 milhões, bem menor que a despesa de R$ 1,099 bilhão anotada no primeiro trimestre de 2017.

De janeiro a março deste ano, as despesas operacionais da Eletrobras somaram R$ 4,320 bilhões, montante 22% maior em relação aos R$ 3,541 bilhões anotados em igual período o ano passado. O aumento está relacionado às provisões anotadas do primeiro trimestre deste ano, mas também a um crescimento dos gastos com pessoal, materiais, serviços e outros (PMSO), o que contrariou as expectativas do mercado, de ver reflexos das iniciativas de ganhos de eficiência adotadas pela companhia no ano passado, como o plano de aposentadoria extraordinária (PAE).

As despesas operacionais gerenciais, que descontam linhas como a de provisões, impairment (deterioração) e contingências, além da venda da Celg D, cresceram 15,2%, para R$ 3,489 bilhões. Somente a linha de despesas com pessoal aumentaram 9,8%, para R$ 1,759 bilhão. A Eletrobras explica que essa expansão foi influenciada pelos gastos com plano de demissão consensual (PDC) no montante de R$ 272 milhões. Já a linha de material cresceu 34,2%, para R$ 74 milhões, influenciada, principalmente, pelo aumento do consumo de materiais em função da parada de Angra 2 para troca de combustível nuclear.

A linha de custos com serviços se manteve praticamente estável (-0,6%), em R$ 578 milhões por causa da venda da Celg D, mas a companhia comenta que desconsiderando a operação a linha apresenta crescimento, influenciado pelo maior gasto com investigação independente. Já a linha de outros avançou cerca de 50%, para R$ 362 milhões, por questões relacionadas às controladas Amazonas Distribuição e Chesf. Já as provisões operacionais cresceram 80,3%, para R$ 1,081 bilhão, por conta de contingências no montante de R$ 512 milhões, influenciadas pelas provisões referentes ao empréstimo compulsório (R$ 197 milhões) e impairment, de R$ 174 milhões.