Escrito por Fábio Willians
Sexta, 25 Março 2022 12:24 - Última modificação em Sexta, 25 Março 2022 12:30
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) renunciou à chefia da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O anúncio foi feito nesta sexta-feira (25), em discurso realizado na sede do Executivo municipal. Pouco depois, por meio de seu perfil oficial no Instagram, ele confirmou sua pré-candidatura ao governo de Minas Gerais.
A saída de Kalil era dada como certa há algum tempo nos bastidores. Não à toa a data escolhida para o anúncio celebra os 63 anos de Kalil, assim como os 114 do Atlético. O vice-prefeito Fuad Noman (PSD) assumirá a cadeira de Kalil. Para efetivar a saída do cargo, Kalil deve apresentar uma carta de renúncia à Câmara dos Vereadores.
Ao lado da esposa Ana Laender, Kalil foi recebido sob o cântico de parabéns pelos presentes. Em discurso de cerca de 20 minutos, Kalil reiterou que a sensação é de dever cumprido. “Digo sem medo que nós fizemos o que devíamos fazer: servimos, e servimos muito bem. Inicio um novo caminho. Como diria Cartola, ‘deixe me ir, preciso andar’. Sou um cara de trabalho. E dele não tenho medo”, afirmou o prefeito de Belo Horizonte.
Em referência à pré-candidatura ao governo do Estado, Kalil se dirigiu ao Estado. “Digo até breve a Belo Horizonte e, agora, me dirijo ao meu Estado: me aguarde, porque sem promessas e sem mentiras, vou levar a nossa forma de cuidar de gente a esse povo abandonado. Sem pressa, sem promessa e sem mentiras, vamos mostrar a verdadeira diferença que é cuidar de gente. Vamos andar por esse Estado”, disse. Em crítica velada ao governador Romeu Zema (Novo), Kalil classificou Belo Horizonte como exemplo de “governo diferente, estado eficiente”, que é o slogan de Zema.
O prefeito ainda elogiou o substituto. “O prefeito Fuad foi eleito junto comigo, num mesmo programa, numa mesma filosofia. Não pensem que ele entrou agora na Prefeitura. Ele esteve lá nesses cinco anos e 84 dias, tentando desesperadamente como eu melhorar a vida do cidadão de Belo Horizonte”, apontou.
Kalil era apontado como postulante ao Palácio Tiradentes ao menos desde o início do segundo mandato à frente da PBH. Apesar das especulações, Kalil sempre desconversou quando questionado publicamente sobre a possibilidade. Em dezembro de 2021, por exemplo, admitiu que o prefeito de Belo Horizonte é “candidato natural” ao governo de Minas, mas reforçou que, no momento, estava focado no Executivo municipal.
Entretanto, no último trimestre de 2021, Kalil já articulava viagens pelo interior aos finais de semana em pré-campanha eleitoral. Eleito presidente da Frente Mineira de Prefeitos, o chefe do Executivo de Belo Horizonte visitou cidades no Triângulo Mineiro, na Zona da Mata e no Norte de Minas em busca de se apresentar ao eleitorado mineiro, já que sondagens eleitorais evidenciavam a sua pouca capilaridade.
Inclusive, a última rodada da pesquisa DATATEMPO, realizada ainda entre novembro e dezembro de 2021, apontava o prefeito de Belo Horizonte com 22,9% das intenções de voto em um cenário estimulado. O percentual colocava Kalil na segunda colocação na corrida para o governo estadual. A liderança era do governador Romeu Zema (Novo), que registrava 45,7% das intenções de voto.
Kalil foi eleito para a PBH em 2016 após presidir o Atlético entre 2008 e 2014. À época, ainda filiado ao antigo PHS – hoje, Podemos – ele foi eleito, em 2º turno, com 52,98% dos votos, após derrotar o deputado estadual João Leite (PSDB), que somou 47,02%. Em 2020, Kalil foi reeleito, ainda em 1º turno, com 63,36% dos votos, desta vez já filiado ao PSD.
A renúncia foi anunciada a oito dias da data-limite, 2 de abril, estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme a legislação eleitoral, o presidente, os governadores e os prefeitos devem abrir mão dos respectivos mandatos caso pretendam concorrer a outros cargos até seis meses antes da eleição.
Apoio de Lula
Na última quarta-feira, Kalil disse que ainda é cedo para falar de alianças políticas quando perguntado sobre apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entretanto, em conversa com a rádio Super 91,7 FM, o petista afirmou que um depende do outro para seguir na candidatura.
"O Kalil precisa de mim, eu preciso do Kalil e se nós dois nos juntarmos, faremos uma chapa muito forte em Minas Gerais", disse.
FONTE: otempo.com.br
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