Escrito por Fábio Willians
Domingo, 07 Maio 2023 20:06
Há 39 dias, a pequena mineira Lavínia, de 10 anos, mora na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Diagnosticada com cardiomiopatia hipertrófica desde os 6 meses de vida, ela está à espera de um transplante de coração.
Em conversa com o BHAZ, a mãe de Lavínia fez um apelo para a doação e contou a história da filha, que nasceu em Medeiros, no centro-oeste de Minas. Segundo Michelle Cruvinel Lacerda, de 40 anos, desde a descoberta da doença, a menina nunca pôde fazer atividade física, tampouco andar muito, correr e ter contato com brincadeiras comuns aos colegas.
Aos 3 anos de idade, a pequena Lavínia precisou passar por uma cirurgia e colocar um marcapasso no coração. A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença grave que provoca aumento da espessura do músculo do órgão, dificultando o bombeamento de sangue.
“Dentro de uma cidade, ela não podia subir um quarteirão mais íngreme, porque corria o risco de cansar, ter uma síncope e evoluir para uma parada cardíaca. Ela já teve vários desmaios e arritmias que foram desenvolvidas no coração”, conta Michelle, que trabalha como dentista.
Prioridade na fila do transplante
De acordo com a dentista, ao longo dos anos, a cardiomiopatia progrediu até a filha precisar ser listada para a fila do transplante. “A Lavínia está identificada como prioridade, por estar tomando remédios na veia, para que o coração funcione até a chegada do coração que ela vai receber”, explica.
Porém, ela está na prioridade junto com mais crianças e adultos em todo o Brasil. Michelle diz que a fila é única, reunindo o SUS e o sistema particular. “São mais de 50 mil pessoas na fila, esperando por vários tipos de órgãos. Nossa campanha é para todo o país, para ajudar mais gente além dela”.
Há 39 dias, Lavínia acordou durante a madrugada e reclamou que estava passando mal. “Quando fomos socorrê-la, ela já estava desmaiada. Levamos para o hospital e ela está internada desde então, com a indicação do transplante”, relembra a mãe.
Pedido pela doação
Atualmente, Lavínia é atendida pelo cardiologista Gustavo Foronda no hospital paulista. “O médico nos explicou que quando ela era mais novinha, precisava de esforço para desmaiar. Agora, não. Desde o ano passado, ela começou a ter desmaios sentada, assistindo TV… nessa última vez, ela estava dormindo”, relata Michelle.
A dentista lembra que a autorização da doação só pode ser feita por um familiar. “Então, peço para as pessoas sempre conversarem com suas famílias sobre esse assunto, dizer que são doadoras. Só pode ser doador uma criança que tenha tido uma morte encefálica. O hospital entra em contato com a família, que diz o ‘sim’ ou ‘não’ para a doação de órgãos”.
Segundo Michelle, com o susto da morte repentina de crianças, muitas famílias acabam negando, porque não tiveram contato com o assunto da doação: “Então, queremos levar esse tema para as pessoas conhecerem mais sobre, para caso tenha a oportunidade, dizer ‘sim’ e salvar vidas”.
Então, como fazer a doação chegar diretamente à Lavínia? “Quando surge um órgão compatível com ela, eles ligam para a central única no Sistema Nacional de Transplantes, que faz o contato com o médico de Lavínia, o cardiologista Gustavo”, informa a mãe.
Perfil no Instagram
Em busca de um doador, a família mantém um perfil no Instagram. “Oi, eu sou a Lavínia e tenho 10 anos. Moro aqui na UTI dede o dia 30 de março. Sabe o que eu preciso para voltar para casa? O ‘sim’ para a doação de órgãos. Estou na fila do transplante cardíaco. Preciso desses remédios até o meu coração chegar”, diz a pequena em um dos vídeos publicados.
Nas publicações, Lavínia mostra o seu dia a dia em meio à espera pelo transplante de coração. Além disso, há postagens que conscientizam sobre a doação de órgãos. O perfil “Coração para Lavínia” soma mais de 28 mil seguidores na rede social.
https://www.instagram.com/reel/CrMJMlapdNM/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D
FONTE: BHAZ
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