Escrito por Fábio Willians
Domingo, 28 Outubro 2018 10:33 - Última modificação em Domingo, 28 Outubro 2018 13:52
Paróquia San'Ana comemora o Jubileu dos 250 anos da instalação da Freguesia de Bambuí.
Veja a programação que começa nesta segunda-feira(29):
Conheça um pouco de nossa história:
Em meados do século XVIII chegaram a essas terras, que hoje são chamadas de Bambuí, Inácio Correia Pamplona e seus companheiros. Segundo o relato do professor Waldemar Almeida Barbosa, citando informações do Cônego Raimundo Trindade: “...segundo informa o Cônego Trindade, baseado na Relação das Freguesias do Bispado, estava instituída a freguesia de Bambuí, por ato episcopal. Realmente, no “Livro de Lotação das Freguesias deste Bispado de Mariana (Arquivo Eclesiástico de Mariana), lê-se: ‘Por provisão ordinária de 1768 foi erigida a freguesia de Santana de Bambuí, naqueles sertões’. O patrimônio da capela fora doado pelo próprio Pamplona e constava de meia légua de terreno ‘nas circunferências do arraial’. E, o que era então comum, teve início a disputa pela posse do novo povoamento que surgia. A câmara de São José (Tirandentes), por seu procurador, tomou posse da região, ‘nesta paragem da Matriz de Santa Ana do Bambuí’, a 5 de Julho de 1769. E, a 27 de Agosto de 1770, ‘neste arraial da Senhora Santana do Bambuí’, verificou-se a ratificação da posse pela mesma câmara...”
Em 10 de outubro de 1769, o escrivão da expedição empreendida por Pamplona registra o início da construção da igreja de Santana com as providências de abrir buracos e levantar os esteios da igreja. Além disso, o Mestre de Campo disponibilizou escravos, carros de bois e a quantia de 200 oitavas de ouro (uma oitava de ouro equivale a 3586g) para a construção da obra. Doou também imagens, alfaias e vasos sagrados.
Nesta época a mentalidade e a cultura eram fortemente marcadas pela religiosidade católica. Nesse sentido não fica difícil de entender o motivo pelo qual logo nesse início se erigiu uma capela dedicada a Santa’Ana.
Toda cidade nascia e crescia em volta de uma igreja, esta era o centro de todo povoado; a sombra das capelas se desenvolvia toda a história e vida do povo. Aqui o processo não foi diferente, em volta da capela se construíram as primeiras casas. A capela foi construída num dos pontos mais altos da cidade, essa era uma prática comum, pois ressaltava a grandeza do templo e sua importância social e política dentro do processo de povoamento e socialização da vila nascente.
Não muito tempo depois foi criada a paróquia de Bambuí. A data exata de criação não pode ser afirmada com certeza, pois os documentos são muito antigos e se não se encontram em bom estado de conservação, como uma possível data podemos citar o ano de 1768. O que se tem certeza é que foi criada pelo Bispo de Mariana. Primeiramente (segundo Barbosa) a paróquia criada era uma paróquia episcopal (por decreto eclesiástico), apenas certo tempo depois (1816) ela foi reconhecida como paróquia colada (chancelada pelo poder civil).
Outra fonte diz que a primeira missa nessas terras foi celebrada pelo padre Manuel Francisco de Sousa em 1808. O lugar escolhido foi à sombra de uma frondosa gameleira. Esta ainda existe, e se encontra cerca de 200 metros da igreja Matriz. Mas essas duas fontes nos proporcionam um questionamento: se o arcebispado de Mariana reconheceu a paróquia no ano de 1768 e logo após a chegada dos exploradores foi erigida uma capela, por que a demora de tantos anos para se celebrar uma missa?
Segundo um dos textos pesquisados a paróquia teve como seu primeiro vigário colado o padre Domingos José Bento Salgado, no entanto outra fonte afirma que o primeiro vigário foi o padre Manuel Francisco de Sousa. Cabe aqui esclarecer que o vigário colado tinha o direito de não ser transferido de paróquia. Sendo assim podemos deduzir que as informações não são contraditórias, pois Pe Manuel pode ter sido o primeiro vigário, mas sem o privilégio de ser colado; enquanto padre Bento foi o primeiro a receber tal prerrogativa.
Em 1880, Padre Protásio Rodrigues Chaves iniciou a construção da atual igreja Matriz de Sant’ana.
A paróquia de Santana de Bambuí tem como capelas: Córrego Danta, Aterrado (hoje, Luz) e Esteios. A sede é a cidade do mesmo nome, com uma população de 3500 habitantes, servida pela Estrada de Ferro Oeste de Minas, possuindo ótima água potável, pelo processo de poços artesianos e boa iluminação elétrica.
A freguesia possui 5 capelas: São Sebastião do Desempenhado, distante 50 km da sede, construído pelo povo sob a orientação do Padre José Tibúrcio dos Santos Ribeiro, no ano de 1895; São José dos Medeiros, construída pelo povo em 1914, sob a orientação do Padre José Januário Rodrigues Paiva e que dista também da sede 50 km; São Sebastião do Rincão, distante 50 km da sede, e construída pelo povo sob a orientação do Padre José Tibúrcio dos Santos Ribeiro; e São Sebastião do Tapiraí, na estação ferroviária da R. M. V. construída pelo Sr. José Cirilo, em 1929.
Os vigários que passaram pela freguesia de Bambuí foram os seguintes: Padre Manoel Francisco de Souza, de 1810 a 1819; morava na Fazenda de Marsília, situada entre Córrego Danta e Aterrado, e tinha como coadjutor o seu sobrinho Padre José Francisco de Souza; Padre Domingos José Bento Salgado, de 1819 a 1850; Padre Protásio Rodrigues Chaves, de 1852 a 1889; Padre Sinfrônio Torres, de 3 de novembro de 1889 a 16 de novembro de 1890; Padre José Tibúrcio dos Santos Ribeiro, de 1891 a 1911.
Padre José Januário Rodrigues Paiva, 1912 a 1919; Padre Dr. Carlos Otaviano Dias, de agosto de 1919 a abril de 1920; Padre Francisco Malfitano, de abril de 1920 a julho de 1924; Padre João Veloso da Silva e Padre José Aparecido.
No final dos anos 50 e início dos anos 60, a cidade contou com a participação do PE. Jonas Ferreira. Na década de 60, chegou a paróquia o PE. José Cirilo Pacheco. Em 1966, chegam a Bambuí os padres da PBCM (Província Brasileira da Congregação da Missão) tendo à frente padre José Nunes Coelho e como cooperador padre João da Silva Barros (o famoso padre Silva).
Em junho de 68, Padre Silva transferiu-se para Tapiraí, e para seu lugar veio o Padre Miguel Arcanjo dos Santos. Com sua saída, o padre Antenor Pinto Resende assume em 23 de janeiro de 1972. Em 12 de março de 77, o pároco passa a ser padre Luís Gonzaga de Oliveira Campos e foi substituído pelo padre Antônio Gomes Pereira em pouco mais de um mês.
No final da década de 70, chega em Bambuí os padres, José Luís Saraiva, Rafael de Paula Lopes e José de Lima Freitas, para juntos assumirem a paróquia a ser criada no Santuário São Sebastião. Não prosperou a iniciativa e os padres ficaram como cooperadores. Nesse período houve festas de São Sebastião, semana santa, visita da venerável imagem de Senhora Aparecida e exumação dos ossos do Pe. Tibúrcio.
Em 03 de Janeiro de 1980 tomou posse como pároco o bambuiense Padre José Elias Chaves. Em 06 de Janeiro do mesmo ano, chega Padre Demerval José de Montalvão para atuar como cooperador junto ao padre Geraldo. No início de 1982, chega o padre Calixto Emanuel Ardisson, sendo que padre Geraldo continuou como cooperador. Padre Calixto transfere-se para Carneirinho – MG, e em seu lugar veio o padre Antônio da Silva Vieira. Em 1990, Padre Demerval transfere-se para a Igreja da Medalha, tendo se dedicado de corpo e alma para concluir as obras que começara. Faleceu em 1997, após vários problemas de saúde. Seu corpo encontra-se sepultado no adro da Igreja a qual dedicou toda sua capacidade de trabalho para vê-la construída.
Em novembro de 1990, Padre Luiz Gonzaga de Oliveira Campos assume pela segunda vez a paróquia. Em março de 95, Padre Luiz deixa a paróquia e mais uma vez ela recebe com carinho o retorno do estimado Padre Antenor Pinto de Rezende.
Seu substituto definitivo foi o Padre Getúlio Grossi e com ele veio o Padre Paulo Ribeiro Faria, para substituir o padre Rafael.
Em 2001 chega o diamantinense Padre José do Amparo Rocha, muito querido pela juventude.
Em 06 de dezembro de 2003 toma posse como pároco da Paróquia Sant’Ana, o Padre Antônio Campos Pereira.
Em 01 de janeiro de 2006 toma posse o pároco Padre Gilson Ribeiro da Silva. Permanecendo na até janeiro de 2014, quando foi transferido.
Em 29 de janeiro de 2014, o Pe. João Bosco da Silva assumiu como pároco e atualmente ele está a frente dos trabalhos pastorais e administração geral da Paróquia.
Alguns historiadores acreditam que o nome da cidade, Bambuí, foi dado pelos negros que viviam na região e pertenciam à federação do Quilombo do Campo Grande, sob a chefia do lendário escravo Ambrósio. Essa hipótese é reforçada pela existência de uma cidade de nome Bambuí, em Camarões, na África. Outra interpretação do nome da cidade ensina que Bambuí é uma palavra indígena, que quer dizer “Rio das águas sujas”. Reputa-se ao Padre Toledo e ao mestre de campo Inácio Correia Pamplona, um dos delatores da Inconfidência Mineira, a organização da expedição oficial que culminou com a conquista da região de Bambuí. Alguns historiadores consideram Inácio Correia Pamplona o fundador de Bambuí.
Em 1768 foi criada a freguesia de Bambuí, tendo como padroeira Sant’Ana, mãe de Maria Santíssima. O estabelecimento oficial da freguesia só se efetivou em 23 de janeiro de 1816. Em 10 de julho de 1886 a Lei nº 307 conferiu à Vila de Bambuí o foro de cidade. Em 1911, a chegada da estrada de ferro à Bambuí impulsionou seu desenvolvimento.
A paróquia ontem
A construção da capela de Sant’Ana começou em 10 de outubro de 1769, com mão de obra escrava e o transporte dos materiais de construção feito em carros de bois. Toda a cidade nascia e crescia em volta de uma igreja, que era o centro de todo o povoado. Toda a história e vida do povo se desenvolvia à sombra da capela. Não muito tempo depois foi criada a paróquia.
No final da década de 70 foi criado um Santuário dedicado a São Sebastião, hoje visitado por muita gente.
Pároco: Pe. João Bosco da Silva
FONTE: http://bambuinews.com.br
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