Escrito por Fábio Willians
Sábado, 20 Janeiro 2018 10:27 - Última modificação em Sábado, 20 Janeiro 2018 10:47
Aquele céu escarlate, contrastando com a linha do horizonte, era um espetáculo indescritível. Era o cair da tarde de sol já se despedia rumo aos mais recônditos esconderijos das nuvens. Batia uma saudade no peito. "O amanhã será como hoje?".
Eu veria o deslumbrante entardecer e os faiscantes raios de sol, envoltos nessa aura terrestre? Coisa de menino! Vai entender a cabeça daquele menino pensante, que um dia cresceu nas tardes, de um por de sol primaveril...
Paineiras, terra de campo, por onde esse menino correu à cata de flores silvestres de copos de leite, ora rosáceos, ora azuis. Para enfeitar os cabelos de alguém...
A árvore de óleo na beira da estrada é a primavera viva que ainda resiste...
E insiste, em viver para a eternidade...
Ela está envolta, num passado...
De divisas de sítio e sitiada
Ali era o ponto... De encontros
De casais enamorados
A árvore continua sobeja
Nos invólucros de tantas primaveras
De copadas e de sombras
Refrescando a terra, à sua volta.
Paineiras de tantas primaveras
Do morro avistava o rio
A fazenda da Chiquita...
Do leite com mandioca
E da laranja amarelinha, docinha...
Acha que menino esquece!
Ficou para trás um passado
Da Paineira de tantas primaveras
Do casebre, o poço fundo e azul.
Onde a maninha deixara afundar os pratos
Da vaca Roseira
Da cabrita, da caneca de lata.
E do pé de limão carranca
Plantado por mãos sábias
Que alli fincou raízes
Na paineira de tantas primaveras
Paineiras de tantas primaveras!
Por José Reis Faria
FONTE: bambuinews.com.br
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