Fábio Willians

Quem chega à fazenda Córrego das Almas, em Piumhi, no interior de Minas Gerais, imagina que está diante de uma propriedade modelo. “Não é permitido trabalho escravo ou forçado”, diz uma placa, das várias que ostentam certificações internacionais – entre elas, uma ligada à norte-americana Starbucks. Nas plantações de café, porém, trabalhadores rurais eram expostos a condições degradantes de trabalho, viviam em alojamentos precários, sem rede de esgoto e água potável. Na semana passada, em operação no local, auditores-fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 18 trabalhadores rurais em situação análoga à escravidão.

A fazenda, conhecida na região como Fartura, tinha o selo UTZ, o maior do café, que foi suspenso após a certificadora ser questionada pela Repórter Brasil sobre o flagrante. A propriedade rural possui também a certificação C.A.F.E. Practices, selo da Starbucks em parceria com SCS Global Services. As duas empresas informaram à reportagem que vão rever o certificado de qualidade da fazenda. As certificadoras verificam cadeias produtivas e têm entre seus objetivos garantir compras éticas, com boas práticas trabalhistas.

Mas a realidade na fazenda era bem diferente do anunciado pelos selos de qualidade. “A gente não recebia por feriado, domingo, nada. E trabalhava de segunda a sábado, sem marcação de horas. Durante a semana, entrava às 6h e só parava às 17h”, afirma um dos trabalhadores resgatados. “Tinha muito morcego e rato. A gente comprava comida e os ratos comiam. Aí, tinha que comprar de novo”, diz outra ex-trabalhadora da fazenda.

O grupo vivia em moradias coletivas, sem água potável. Os auditores entenderam que a rede de saneamento era tão precária que colocava em risco a saúde dos trabalhadores. Segundo o relato do grupo resgatado, era comum encontrar morcegos mortos nas caixas d´água, que não tinham tampa. Eles chegaram acozinhar e beber água contaminada pelos animais.

“Tinha muito morcego e rato. A gente comprava comida e os ratos comiam”, afirma um dos trabalhadores resgatados

Além disso, trabalhadores denunciam que a contagem da colheita para a remuneração era fraudada. “A gente colhia e eles deixavam para pesar no outro dia. Quando chegava lá, cadê o café? E aí tinha a humilhação: a gente ia reclamar e eles riam da nossa cara”, afirma um dos resgatados. “Eu sempre colhi café e nunca passei por isso na vida. Não deu nem para mandar dinheiro para casa”, complementa o outro.

Também foi relatado que, para descontar o cheque que recebiam com o pagamento ou para comprar alimentos, os trabalhadores tinham que pagar R$ 20 de um “ônibus clandestino”, nas palavras de um deles, para ir até a cidade mais próxima da fazenda. “Para receber o pagamento, a gente já tinha que pagar. Perdia dinheiro”.

A UTZ confirmou que a auditoria da fazenda foi realizada em fevereiro deste ano e o certificado emitido em abril. Após o questionamento da Repórter Brasil, o órgão decidiu suspender a certificação até que consiga investigar a situação da unidade. “Os direitos e bem-estar dos trabalhadores são da maior importância e são parte integrante do nosso padrão. Levamos muito a sério as questões levantadas, pois violariam o padrão UTZ. Sempre que recebemos evidências confiáveis ​​sobre violações em fazendas certificadas pela UTZ, tomamos medidas imediatas, o que inclui a realização de uma investigação profunda”, informou a entidade em nota.

A Starbucks afirmou que a fazenda Fartura é certificada desde 2016, mas negou a compra de cafés da unidade. A empresa ressaltou que está iniciando um processo de investigação para a possível revisão do selo. “Nós já estamos investigando esse assunto e continuaremos a prestar muita atenção às notificações do Ministério do Trabalho e Emprego. Nenhuma fazenda da lista do trabalho escravo pode fornecer café para a Starbucks”, informou a nota.

“Eu sempre colhi café e nunca passei por isso na vida. Não deu nem para mandar dinheiro para casa”, relata um trabalhador rural que foi resgatado na operação

A SCS, parceira da Starbucks no selo C.A.F.E, informou que são realizadas inspeções e auditorias antes da certificação e que, na época em que o processo foi realizado na Fartura, não havia indícios de trabalho escravo: “O trabalho forçado é considerado um indicador de tolerância zero, portanto as fazendas com trabalho forçado não seriam elegíveis para o status no programa”.

Além desses dois selos, um painel na Fartura sugere ainda que ela possui verificação pela Associação 4C, da Coffee Assurance Services, órgão mundial. Mas a entidade informou que a fazenda está em processo de análise, “a decisão final de licenciamento ainda não foi emitida”.

O flagrante de trabalho escravo na fazenda evidencia falhas nos processos de certificação do café. “Não é a primeira, a segunda e não vai ser a última vez que uma fazenda certificada é denunciada na prática de trabalho escravo e violação de direitos trabalhistas”, afirma Jorge Ferreira dos Santos, coordenador da Articulação dos Empregadores Rurais de Minas Gerais (Adere-MG), que acompanhou as fiscalizações. Para ele, o sistema de certificações é frágil, pouco transparente e atende a fins econômicos, sem “levar em consideração a visão e a realidade dos trabalhadores”.

A fazenda Fartura, que tem cerca de 3 milhões de pés de café, também produz soja, feijão e gado, e possui 151 funcionários, segundo informações dos autos de infração. A propriedade é arrendada e administrada por Fabiana Soares Ferreira que informou, por meio de nota enviada por sua advogada, Amanda Costa, que recebeu a fiscalização “com espanto”, já que o trabalho escravo não é a “filosofia de trabalho” da empresa. “Nossa fazenda atua no mercado de café há muitos anos e sempre procurou cumprir todas as exigências legais, inclusive para obter todas as certificações, licenças e premiações que são extremamente exigentes”, informou a nota.

Jornadas de 14 horas
Também em Minas Gerais, na cidade de Muzambinho, outros 15 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados na semana passada de uma fazenda de propriedade de Maria Júlia Pereira, cunhada do deputado estadual de Minas Gerais Emidinho Madeira (PSB). O pai do deputado, Emídio Madeira, tem duas fazendas que estão na lista suja do trabalho escravo divulgada em abril deste ano. Apesar de ser de propriedade de Maria Júlia, a fazenda Córrego da Prata era arrendada por Elias Rodrigo de Almeida, autuado na operação.

“Era desgastante”, conta resgatado que trabalhava das 6h às 20h.

Entre os trabalhadores resgatados, havia um adolescente de 17 anos. Eles relataram que eram obrigados a comprar o próprio maquinário utilizado, contraindo dívidas de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil antes mesmo de começarem a colheita. O grupo ainda relatou à Repórter Brasil que durante os 90 dias de trabalho não tiveram uma única folga. Só deixavam de colher café nos dias de chuva, trabalhando “das 6h às 20h”, conforme contou um deles. “E se parasse, o patrão ainda ficava bravo”, complementou outro resgatado. “Era desgastante”.

Apesar de não ter sido autuada, os trabalhadores afirmam que era Maria Júlia quem fazia os pagamentos. Por meio de nota enviada pelo advogado Thiago de Lima Dini, ela informou que adquiriu a fazenda no final de 2016 e que em dezembro do mesmo ano a arrendou a Almeida, “desconhecendo quaisquer procedimentos e ocorrências naquela propriedade”. O advogado, que também representa Almeida, afirmou ainda que ele “terceirizou a contratação dos trabalhadores” e que é “uma vítima, assim como os demais trabalhadores”.

A Fazenda Córrego da Prata recebeu 34 autos de infração e pagou R$ 87 mil de acerto aos trabalhadores. Para a Fazenda Fartura foram entregues 27 autos de infração com pagamento de R$ 71 mil pelos acertos rescisórios.

Bambuí vai comemorar o Dia Nacional da Saúde com uma ação na praça Coronel Torres, amanhã, dia 4, sábado, de 7 às 11 horas. A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vai mostrar os vários serviços que presta aos bambuienses.
A Secretaria de Saúde pede a população que leve os medicamentos que já estejam vencidos para que seja feito o descarte correto.

 

Atenção! O evento foi adiado devido a chuva.

O ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato do PSB rebateu no começo da noite desta quinta-feira as declarações do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Mais cedo, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Siqueira disse que a candidatura era de “faz de conta” e que Lacerda não tinha reais intenções de concorrer ao governo de Minas.


'Respira e vem', diz ex-secretário de Pimentel a Lacerda sobre aliança com PT
“Todos que conhecem a minha trajetória, o meu estilo, a minha fama de ser sincero, verdadeiro e transparente, sabem que jamais seria capaz de fazer tantos movimentos que não fossem “pra valer”, como alegou o Presidente Carlos Siqueira”, afirmou.

Lacerda confirmou que se reuniu em abril com Siqueira, inclusive na presença do presidente do PSB de Minas, João Marcos Lobo, quando apresentou o quadro de dificuldades verificadas no estado. E seguiu com as agendas em cidades do interior e costurando aliados para compor com ele a chapa para a disputa. “Jamais houve nenhum tipo de acordo para manter uma candidatura de aparências”, reforça.


Ainda de acordo com o ex-prefeito da capital, ele sempre adotou postura pública de candidato e sempre manteve as tratativas para construir base sólida para isso, dando continuidade às articulações. “Mesmo com o noticiário nacional dando como certa a nossa candidatura a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, mantive a minha posição como pré-candidato ao governo de Minas e até intensifiquei as conversas com outras legendas”.

Mais cedo, Marcio Lacerda concedeu entrevista coletiva em que reafirmou que manterá a candidatura e pode, inclusive, judicializar a questão. Logo após a fala de Lacerda, dada no meio da tarde de hoje, Carlos Siqueira disse que havia sido procurado por Lacerda que lhe informou que desistiria da candidatura ao governo.

“Marcio Lacerda ligou para mim há cerca de três meses dizendo que tinha urgência em conversar porque, após estudar a situação fiscal do estado, teria chegado à conclusão de que seriam quatro anos de medidas impopulares sem contudo, conseguir resolver o problema fiscal do estado. Lacerda me relatou todas as dificuldades e problemas econômicos de Minas e atribuiu a responsabilidade aos governos anteriores”, afirmou Carlos Siqueira.

O senador Aécio Neves (PSDB) afirmou nesta quinta-feira que concorrerá a uma vaga de deputado federal nas eleições deste ano. O anúncio foi feito por nota em que ele afirma que a decisão “não foi fácil”

“Coloco meu nome como pré-candidato à Câmara dos Deputados, Casa que já presidi e onde, como líder partidário, à época do governo Fernando Henrique, ajudei a implementar algumas das principais reformas feitas no Brasil contemporâneo”, afirmou.

Ainda de acordo com o tucano, nos últimos meses ele analisou as possibilidades de concorrer e sobre como poderia contribuir para melhorar a situação de Minas. Ele citou o candidato do PSDB ao governo de Minas, Antônio Anastasia, ao dizer que lhe comunicou da decisão de não concorrer ao Senado, mesmo com pesquisas de intenção de voto o colocando entre os mais votos, perdendo apenas para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Mas tomo essa decisão com a responsabilidade daqueles que sempre colocaram os interesses de Minas acima de qualquer projeto pessoal. Os que me conhecem sabem que foi assim que sempre agi e assim continuarei agindo”, afirmou.
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Candidato à Presidência da República nas eleições de 2014, Aécio volta a disputar cargo que já ocupou antes de ser governador em Minas. Em setembro, o senador foi flagrado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, réu da Lava-Jato, para pagar advogados.

O anúncio de hoje, no entanto, contradiz informação dada pelo próprio tucano no ano passado quando ele rechaçou a possibilidade de concorrer a uma vaga na Câmara. Na oportunidade ele declarou que estava “fora de cogitação” concorrer à Câmara.

No último sábado, o senador não foi a convenção do PSDB em Minas que sagrou Anastasia como candidato do partido ao governo do estado. Por nota, ele afirmou que a ausência na convenção foi por estar se reunindo com lideranças políticas, em Belo Horizonte e no interior do Estado, "para avaliar a melhor forma de contribuir para o resgate de Minas Gerais nesse momento de extrema gravidade e grandes incertezas".

Ataques violentos

O agora oficialmente pré-candidato a deputado federal, Aécio voltou a dizer que vítima de “falsas versões” envolvendo o nome dele e que a candidatura servirá como forma de seguir e lutar “para que a verdade prevaleça”.

“Todos conhecem os ataques violentos e covardes de que tenho sido alvo. Diariamente as falsas versões engolem os fatos. Mas apesar de todas as injustiças, estou seguro de que, ao final, a verdade prevalecerá e com ela restará provada a correção de todos os meus atos.

Aécio é alvo de vários processos na Justiça, decorrentes das investigações da Operação Lava Jato. Em abril, ele se tornou réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de ter recebido propina de R$ 2 milhões do empresário da JBS Joesley Batista.

O senador responde a outros cinco processos, instaurados após ter sido citado por delatores da Odebrecht.

Confira a íntegra da carta de Aécio Neves:

Caras amigas e caros amigos,

Nos últimos 30 anos, seja no Congresso Nacional ou à frente do governo do nosso Estado, dediquei minha vida a defender os interesses de Minas e dos mineiros.

Por isso, nos últimos meses, refleti muito sobre qual a melhor forma de contribuir para que Minas supere a dramática situação que enfrenta hoje e reencontre o caminho do desenvolvimento econômico e social vivenciado nos anos em que governamos o Estado.

Com o objetivo de ampliar o campo de apoio à candidatura que melhor atende ao projeto de reconstrução de Minas, a do senador Antonio Anastasia, informei a ele, hoje, minha decisão pessoal de não disputar, este ano, a eleição para o Senado, colocando meu nome como pré-candidato à Câmara dos Deputados, Casa que já presidi e onde, como líder partidário, à época do governo Fernando Henrique, ajudei a implementar algumas das principais reformas feitas no Brasil contemporâneo.

A gravidade da situação do nosso Estado exigirá uma bancada forte e unida na defesa dos interesses de Minas no Congresso e junto ao Governo Federal.

Estou certo de que poderei contribuir para isso.

Não foi, como podem imaginar, uma decisão fácil.

Por um lado, porque todas as pesquisas realizadas até aqui apontam meu nome entre os mais bem avaliados na disputa para o Senado.

Por outro, porque estão vivas na minha memória as inúmeras manifestações de estímulo que tenho recebido de lideranças dos mais variados setores e de todas as regiões de Minas.

Mas tomo essa decisão com a responsabilidade daqueles que sempre colocaram os interesses de Minas acima de qualquer projeto pessoal. Os que me conhecem sabem que foi assim que sempre agi e assim continuarei agindo.

Meus amigos,

Todos conhecem os ataques violentos e covardes de que tenho sido alvo. Diariamente as falsas versões engolem os fatos. Mas apesar de todas as injustiças, estou seguro de que, ao final, a verdade prevalecerá e com ela restará provada a correção de todos os meus atos.

Até lá, estarei lutando para que a verdade prevaleça.

Farei isso, em respeito à minha trajetória política, à minha família e a todos que me levaram a conduzir o que muitos consideram o mais exitoso governo da nossa história recente.

E farei isso, especialmente, em respeito a todos aqueles que sempre me honraram com a sua confiança.

Continuarei minha caminhada com o mesmo entusiasmo e determinação, e movido pelo mesmo sentimento que, há tantos anos, me trouxe para a vida pública: o amor a Minas e aos mineiros.


Aécio Neves

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura publicou no site da Prefeitura de Bambuí o edital de divulgação de vagas para preenchimento de vagas para auxiliar administrativo, professor e monitor. Os interessados devem procurar a Secretaria na praça Mozart Torres, 68, no dia 03 de agosto.


Confira no link abaixo:

http://www.bambui.mg.gov.br/portal/htdocs/uploads/TDMDownloads/downloads/downloads_5b630b8e9bf16.pdf

Começa na segunda-feira, dia 6 de agosto, e se estende até o final do mês a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo. Todas as crianças menores de 5 anos devem ser vacinadas, independentemente ou não se já foram vacinadas, segundo a recomendação do Ministério da Saúde.
Este reforço na vacinação acontece de quatro em quatro anos e é uma prevenção devido a volta da circulação do sarampo no território brasileiro e a ameaça da poliomielite. No dia 18 de agosto será o Dia D da Vacinação.
Os pais ou responsáveis devem levar as crianças às Unidades Básicas de Saúde, UBSs, com o cartão de vacinação.