Escrito por Fábio Willians
Terça, 09 Março 2021 19:37
Com palavras fortes, o ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma do Supremo e relator do pedido de parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, puxa a turma do deserto jurídico e põe na cadeira dos réus a Lava Jato. “Você não combate o crime cometendo crime”, destilou Mendes a sua raiva da força-tarefa que sempre combateu. Por insistência do ministro e contra a sustentação de Edson Fachin, o assunto foi mantido na pauta por 4 votos a 1. Pode ser a palavra final do STF (Supremo Tribunal Federal). A suspeição do então juiz Moro é o que há de pior no mundo jurídico. Significa que todas as provas e depoimentos estão anuladas, sem efeito jurídico. O resultado parcial mostra um empate em dois votos para cada lado. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski argumentaram pela parcialidade do ex-juiz. O ministro Edson Fachin e a ministra Cármem Lúcia, contra o pedido da defesa do ex-presidente Lula. Já o ministro Kássio Nunes Marques pediu vista. A conclusão fica adiada, e ele vai levar para o plenário o desfecho final da Lava Jato, já que Lewandowski antecipou o voto. O julgamento será retomado quando Nunes Marques concluir a sua vista e voltar o assunto ao plenário da Turma, que tem se posicionado contra atos da “República de Curitiba”.
No seu voto, Gilmar Mendes se referiu a Sergio Moro como juiz investigador. O magistrado considera a força-tarefa Lava Jato como o maior escândalo judicial da Justiça Federal e chega a dizer que Moro agiu de forma política para tirar Lula das eleições e da vida política. Foi contraditado por Fachin, o mesmo que um dia antes reabilitou o ex-presidente Lula ao anular as condenações por outro motivo — segundo ele, devido a um erro no critério do juiz natural. O adiamento do julgamento sobre a parcialidade de Moro não interfere na decisão do ministro Edson Fachin. Mas, se for considerado imparcial, o ex-juiz federal poderá sofrer consequências jurídicas no futuro.
FONTE: Jovem Pan
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