Escrito por Fábio Willians
Terça, 08 Fevereiro 2022 06:42
Partidos da centro-esquerda à esquerda em Minas Gerais se valem da boa relação que forjaram ao longo do tempo para debater a formação de uma frente capaz de derrotar o governador Romeu Zema (Novo) na eleição de outubro. Representantes de PT, PCdoB, PSB e PV no estado se reuniram ontem, em Belo Horizonte, para conversar sobre a possibilidade de união das siglas. No plano nacional, as legendas negociam a formação de uma federação partidária. Em terras mineiras, há articulações para afinar as ideias e, assim, definir os próximos passos.
A partir do consenso sobre a necessidade de se opor a Zema, há duas possibilidades sobre a mesa: a primeira é a construção, dentro do grupo formado por petistas, comunistas, pessebistas e verdes, de uma candidatura própria. Outra hipótese é apresentar, a um postulante de fora da federação, as propostas da coalizão. Líderes do PT, por exemplo, defendem que o partido não descarte apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).
Os partidos ainda não discutem nomes, mas sabem que a estratégia em Minas precisa passar por garantir palanque e espaço a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato da aliança a federação. Durante as conversas dessa segunda, o líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, reiterou a disposição de disputar assento no Senado.
"Há a compreensão de que, em Minas Gerais, é possível que esses partidos estejam juntos. A federação seria uma forma de formalizar a parceria, mas, independentemente disso, temos muita identidade na proposta para Minas", disse ao Estado de Minas o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT mineiro.
"Consolidada a federação, entendemos que temos todas as condições de apresentar uma candidatura ao governo do estado e ao Senado, que seriam palanque para Lula. Sem que, com isso, a gente descarte a possibilidade de diálogo com outras forças que estejam no campo progressista e, especialmente, alinhadas com o projeto Lula presidente", projeta o dirigente, mencionando também que o nome escolhido pelo grupo precisará marcar posição contrária ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
A reunião de ontem ocorreu na sede do PSB mineiro, Centro-Sul de BH. Um dos mais simpáticos à ideia da federação partidária é o deputado federal Vilson da Fetaemg, presidente pessebista no estado. "Precisamos de um nome para disputar, combater e derrotar o governo Zema. É preciso ter uma alternativa, mas temos que construir isso através do diálogo", afirmou.
Osvander Valadão, presidente do PV em Minas Gerais, diz que o grupo tem procurado, primeiro, entender os impactos locais da federação nacional. Depois, nomes eleitorais passarão a dar o tom das conversas. "Isso [a federação] avançando, a gente pode construir, dentro de um projeto, a possibilidade de receber uma candidatura que vocalize as propostas desse campo. Se isso não for possível, a gente deve, e já é consensual entre os partidos, construir uma candidatura ao governo dentro da federação." Embora reiterem não discutir nomes, os partidos sabem que, no PT, há quem encampe a pré-candidatura de Daniel Sucupira, prefeito de Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha.
FONTE: Guilherme Peixoto / em.com.br
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